Dados do Trabalho


TÍTULO

SEGUIMENTO ONCOLOGICO POS-CIRURGICO DE COLECTOMIAS POR ADENORCARCINOMA COM RECIDIVA EM SITIO DE ANASTOMOSE: RELATO DE TRES CASOS

INTRODUÇÃO

O câncer colorretal é o terceiro tipo de câncer mais frequente no Brasil. O potencial de cura em cinco anos dos pacientes com câncer colorretal é de 60%. 30 a 40% desses pacientes irão apresentar recidiva tumoral em forma de metástase a distância, tumores sincrônicos ou recidiva em anastomose. O objetivo desse trabalho é relatar três casos de pacientes que apresentaram recidiva de tumor em anastomose cirúrgica mesmo apresentando cirurgia curativa com margens macro e microscópicas livres.

RELATO DE CASO

Primeiro caso, masculino, 57 anos, diagnosticado com adenocarcinoma tubular moderadamente diferenciado de ceco em 2018 sem lesões a distância. Foi submetido a colectomia direita com íleo-transverso anastomose e anatomopatológico de peça cirúrgica revelou adenocarcinoma tubular moderadamente diferenciado com invasão linfática e venosa e ausência de invasão perineural com margens cirúrgicas livres de neoplasia, pT3N1M0. Submetido a quimioterapia adjuvante. 13 meses após a cirurgia foi identificada recidiva tumoral em anastomose de cirurgia prévia. Com tais achados, foi submetido a colectomia subtotal com íleo-sigmoide anastomose.
Segundo caso, masculino, 75 anos, diagnosticado em 2018 com adenocarcinoma de sigmoide sendo realizada retossigmoidectomia anterior com anastomose mecânica termino-terminal. Resultado de anatomopatológico evidenciou adenocarcinoma tubular moderadamente diferenciado com invasão linfática e venosa e ausência de lesão perineural com margens cirúrgicas livres de comprometimento neoplásico, pT3pN0M0. Realizou quimioterapia adjuvante. 14 meses após a cirurgia foi identificada recidiva de tumor em anastomose prévia. Sendo assim, foi submetido a colectomia esquerda com transversostomia terminal e enterectomia segmentar de 150 cm devido a intensas aderências com lesões de alças de delgado.
Terceiro caso, masculino, 68 anos, diagnosticado em 2019 com adenocarcinoma de transição descendente-sigmoide sendo realizada retossigmoidectomia com anastomose mecânica termino-terminal, pT3pN0M0. Oncologista clínico não indicou tratamento adjuvante. 23 meses após cirurgia foi identificada lesão recidivante em anastomose prévia associado a lesão sincrônica em cólon ascendente sem plano de clivagem com bexiga e lesão hepática secundária. Com isso paciente foi submetido a totalização de colectomia com ileostomia terminal com ressecção R2 (tumor abscedado e bloqueado, infiltrando parede lateral pélvica esquerda, bem como vasos ilíacos e plexos nervosos, infiltrando também parede posterior da bexiga).

DISCUSSÃO

Os pacientes relatados apresentavam cirurgias colorretais com margens livres de comprometimento neoplásico, evoluindo com recidiva tumoral em anastomose prévia. Os questionamentos levantados em busca da justificativa das recidivas são: Houve um estudo anatomopatológico adequado e confiável? A realização de anastomose mecânica ou manual interfere na ressecção oncológica? Houve estudo prévio do cólon com preparo adequado e sem identificação de outras lesões ou pólipos?

PALAVRAS CHAVE

câncer colorretal, recidiva, anastomose

Área

CÂNCER COLORRETAL

Instituições

Faculdade de Medicina do ABC - São Paulo - Brasil

Autores

ALINE ZARA, JULIANA GIANGIARDI BATISTA, GUILHERME GARCIA HUDARI, SANDRA DI FELICE BORATTO, FLAVIA BALSAMO, SERGIO HENRIQUE COUTO HORTA, AMANDA VITIELLO PEREIRA BROSCO