Dados do Trabalho
TÍTULO
ULCERA DE MARJOLIN COMO COMPLICAÇAO DA DOENÇA PILONIDAL NAO CICATRIZADA
INTRODUÇÃO
A doença pilonidal não tratada adequadamente gera inflamação crônica da região sacrococcígea, predispondo a úlcera de Marjolin, cujo tipo histológico mais frequente é o carcinoma de células escamosas. Apesar de raro, esta afecção é grave e de tratamento cirúrgico.
RELATO DE CASO
Homem, 70 anos, ex-tabagista e ex-estilista, apresentava 11 anos de história de lesão com saída de secreção purulenta em região sacral. Submetido a diversas drenagens, nunca realizou tratamento cirúrgico definitivo para a lesão. Ao exame, apresentava lesão ulcerada friável em região sacral 8,0×6,0×4,0cm, com bordas e base endurecidas. Ausência de linfonodomegalias em região inguinal. A biópsia incisional mostrou se tratar de carcinoma de células escamosas bem diferenciado. Realizado estadiamento com tomografia computadorizada de tórax, abdome e pelve que não identificou metástases. Submetido a tratamento cirúrgico, com ressecção ampla da lesão e análise intra-operatória das margens. Comprovadas margens negativas, foi submetido a reconstrução com retalho miocutâneo de glúteo. Estadiamento clínico-histopatológico final: carcinoma de células escamosas bem diferenciado, invasivo, T3N0M0. Sem necessidade de tratamento radioterápico adjuvante.
DISCUSSÃO
O processo de degeneração maligna no cisto pilonidal é semelhante ao de outras feridas cronicamente inflamadas. Jean Nicolas Marjolin primeiro descreveu feridas crônicas não cicatrizadas, sem conhecimento da natureza neoplásica. No entanto, o termo é comumente referenciado a degeneração maligna dessas úlceras. Essas feridas não cicatrizadas apresentam ambiente imunológico desfavorável à supressão imune, em decorrência da pouca vascularização do tecido cicatricial. Além do que, a proliferação anormal dos queratinócitos cronicamente ativados pode ser fator de risco principal para tal malignização. Algumas características prognósticas como tamanho, profundidade, diferenciação, e presença de invasão perineural e vascular, juntamente com metástases à distância, influenciam o tipo de tratamento e regime de acompanhamento. A cirurgia com ressecção ampla se impõe e a reconstrução é a melhor maneira de restabelecer a qualidade de vida do doente.
PALAVRAS CHAVE
seio pilonidal; carcinoma de células escamosas;
Área
MISCELÂNEA
Instituições
Hospital Heliópolis - São Paulo - Brasil
Autores
FRANCO MILAN SAPUPPO, KAUANA BREDA, FERNANDA BELOTTI FORMIGA, BERNARDO FONTEL POMPEU, LUIS FERNANDO PAES LEME