Dados do Trabalho

TÍTULO

CENARIO DAS CIRURGIAS COLORRETAIS ONCOLOGICAS ELETIVAS EM MEIO A PANDEMIA DE COVID-19

OBJETIVO

A pandemia do COVID-19 é um desafio na abordagem das doenças oncológicas. O objetivo deste trabalho é descrever experiência do serviço de Coloproctologia da Santa Casa de SP durante o início da pandemia e avaliar a manutenção das cirurgias eletivas oncológicas através de 1 questionário pré operatório

MÉTODO

Coorte retrospectiva com coleta prospectiva de pacientes submetidos a cirurgias colorretais oncológicas eletivas realizadas no Hospital Central da Irmandade de Misericórdia da Santa Casa de SP. A coleta de dados foi realizada pelo REDCAP (teste t Student, Chi quadrado (p<0,05) e Odds Ratio).
Avaliados pacientes operados de 1º de dezembro de 2019 à 1º de julho de 2020 com diagnóstico de adenocarcinoma colorretal divididos em 2 grupos: pré-pandemia (grupo controle) e durante a pandemia. A data de 11 de março de 2020 foi o corte. Comparadas comorbidades prévias, ECOG – Eastern Cooperative Oncology Group Performance Status, tempo de internação e complicações pós operatórias (classificação de Clavien Dindo)
Na admissão, os pacientes foram questionados acerca dos sintomas mais prevalentes da infecção por COVID-19 (febre, anosmia, coriza, odinofagia, tosse, dispnéia) e contato com sintomáticos. Foram excluídos pacientes que apresentavam questionário positivo ou que já haviam se contaminado. Eles também foram aplicados em 15 e 30 dias 30 dias do procedimento cirúrgico.
Na suspeita de infecção, realizaram tomografia computadorizada de tórax e coleta de swab de nasofaringe.

RESULTADOS

Avaliados 81 pacientes operados 1º de dezembro de 2020 até 1º de julho de 2020. 40 operados antes da pandemia e 41 durante a pandemia. Os dados epidemiológicos não apresentaram diferença estatística significante
Dois pacientes tiveram o procedimento suspenso por respostas positivas na aplicação do questionário pré operatório e 1 paciente testou positivo
Dois pacientes se contaminaram em até 30 dias de pós operatório. Uma evoluiu com fístula anastomótica e colite isquêmica (Clavien Dindo II) e internação de 30 dias com diagnóstico de infecção no 3º dia de pós operatório. O 2º paciente evoluiu com fístula anastomótica e necessidade de reoperação para ileostomia de proteção (Clavien Dindo IIIb), com confirmação de COVID-19 no 15º dia de pós operatório (tempo de internação de 10 dias)
A comparação entre as cirurgias realizadas (p=0,448), complicações pós operatórias(p=0,448), tempo de internação(p=0,3451) e óbitos(p=0.3003) entre os grupos não foi significante

CONCLUSÕES

A análise dos procedimentos cirúrgicos, tempo de internação e complicações segundo a classificação de Clavien Dindo não evidenciou diferenças estatísticas significantes demonstrando que estas variáveis não sofreram interferência pela pandemia em nossa amostra.
Não é possível descartar a contaminação de outros pacientes assintomáticos, entretanto, a taxa de complicação evidenciada neste estudo é inferior a outros.
Dessa forma, há a possibilidade de manutenção das cirurgias oncológicas na pandemia com a realização de questionários pré operatórios

PALAVRAS CHAVE

Cirurgia Colorretal; Infecções por Coronavirus; Neoplasias do Colon; Neoplasias Retais; Neoplasias Colorretais; COVID-19, SARS-COV-2

Área

CÂNCER COLORRETAL