Dados do Trabalho

TÍTULO

CARACTERIZAÇAO E AVALIAÇAO DOS NIVEIS SERICOS DE ADALIMUMABE EM PACIENTES COM DOENÇA DE CROHN

OBJETIVO

A doença de Crohn (DC) é uma doença inflamatória intestinal crônica que pode resultar em danos e incapacidade progressiva do intestino. Devido à ausência de terapia curativa, o atual objetivo terapêutico é a obtenção da remissão endoscópica e clínica, evitando complicações e cirurgias futuras. O uso terapêutico de anticorpos monoclonais (MAbs), tais como Adalimumabe, se mostraram potentes agentes anti-inflamatórios. A otimização terapêutica, baseada na dosagem sérica de MAbs têm-se demonstrado de grande importância. O objetivo do estudo, desta maneira, foi quantificar os níveis séricos de Adalimumabe em pacientes com DC atendidos no Gastrocentro e Hospital de Clínicas da Universidade Estadual de Campinas.

MÉTODO

A determinação da concentração de Adalimumabe foi realizada por ensaio de fluxo lateral. Ainda, foram coletadas informações a respeito da história clínica dos participantes, como dados relativos à DC, ao tratamento com o Adalimumabe, além de exames de imagens e laboratoriais. Os pacientes foram classificados como DC em atividade (DCA) ou remissão (DCR), de acordo com achados obtidos através de enteroressonância ou ileocolonoscopia.

RESULTADOS

Foram incluídos 40 pacientes no estudo (27 DCA e 13 DCR). Dentre o grupo DCA, em relação à classificação de Montreal, houve predomínio de pacientes A2L1B1, sendo 15 com acometimento perineal e 17 apresentando manifestações extra-intestinais. Quanto ao uso de Adalimumabe, houve uma mediana de 36 meses de uso da medicação, com a maioria utilizando medicações imunossupressoras concomitante. Quatro pacientes apresentaram níveis subterapêuticos, oito apresentaram níveis ideais e quatorze supraterapêuticos. Laboratorialmente, os pacientes em atividade apresentaram uma mediana de PCR de 4,66 mg/mL e 790,5 ug/g de calprotectina. Já em relação ao grupo DCR, houve predomínio do fenótipo A2L2B3, com a maioria dos pacientes apresentando acometimento perineal e sem manifestações extra-intestinais. De maneira similar ao grupo DCA, os doentes apresentaram uma mediana de 36 meses de uso de Adalimumabe, sendo que 8 pacientes utilizavam concomitantemente imunossupressores. Um paciente apresentou nível subterapêutico, dois apresentaram níveis ideais e onze supraterapêuticos. Os achados laboratoriais demonstraram mediana de PCR de 1,62mg/mL e 68 ug/g de calprotectina. Quanto à mensuração sérica de Adalimumabe, não encontramos diferenças significativas em relação aos níveis de medicação em ambos grupos. Similarmente, não identificamos diferença significativa dos níveis séricos de Adalimumabe quando ao uso de imunossupressor concomitante.

CONCLUSÕES

Nossos resultados permitiram caracterizar uma amostra da população de pacientes com DC que fazem uso de Adalimumabe em um hospital terciário. Não houve diferença no nível sérico da Adalimumabe entre os pacientes em remissão e atividade da doença, nem entre aqueles com e sem uso de imunossupressor.

PALAVRAS CHAVE

doença de Crohn, adalimumabe, monitorização terapêutica