Dados do Trabalho
TÍTULO
POTENCIAL DAS VASOIBINAS COMO MARCADORES BIOLOGICOS NA CARCINOGENESE DO CANCER COLORRETAL
OBJETIVO
O câncer colorretal é o terceiro mais incidente e o segundo mais letal no mundo. Estudos recentes buscam estabelecer biomarcadores, indicadores de processos biológicos e patológicos, amplamente utilizados na oncologia. Entretanto, para o câncer colorretal, os biomarcadores disponíveis atualmente, antígeno carcinoembrionário e antígeno de carboidrato 19-9, apresentam pouca especificidade, com alterações relevantes em outras neoplasias como no carcinoma de pulmão, além de doenças cardiovasculares. A angiogênese, processo diretamente relacionado à carcinogênese, é regulada por diversos fatores, incluindo as vasoibinas (VASH), família de proteínas com dois membros, VASH1 e VASH2, que atuam inibindo ou estimulando o crescimento vascular, apresentando potencial como biomarcadores. VASH1 atua inibindo a proliferação neovascular. Recentemente, vem sendo alvo de estudos como potencial biomarcador de prognóstico do câncer colorretal, mas este seu papel permanece controverso. Diferentemente, VASH2 estimula a formação de neovasos. Seu potencial como biomarcador tem sido apontado em alguns tumores, entretanto, seu potencial como biomarcador de diagnóstico no câncer colorretal nunca foi verificado. Sendo assim, objetivou-se confirmar o potencial das VASHs como biomarcadores no câncer colorretal.
MÉTODO
Após aprovação no comitê de ética (#0036.0.142.000-09), 72 amostras de pacientes com câncer colorretal foram coletadas e distribuídas em grupos conforme seu diagnóstico: tecido normal (n=17), pólipo (n=18) e carcinoma colorretal (n=37). Os espécimes foram submetidos à análise histopatológica convencional (hematoxilina e eosina), contagem de microvasos e a imunoexpressão de VASH1 e VASH2 foi realizada por imunohistoquímica (ABP). Os resultados foram submetidos à análise estatística, adotando-se 5% para rejeição da hipótese de nulidade.
RESULTADOS
A evolução da carcinogênese está relacionada ao número de microvasos no tecido (p<0,01). A análise imunohistoquímica evidenciou expressão de VASH1 relacionada ao menor número de vasos (p<0,01), menor estadiamento (p<0,01), diminuição da infiltração tumoral (T) (p<0,01), ausência de metástase (p=0,003) e aumento da sobrevida (p<0,01). Evidenciou-se também a relação entre VASH2 com o aumento da densidade vascular (p<0,01), a progressão do estadiamento TNM (p<0,01) e com o menor tempo de sobrevida (p=0,01). VASH2 foi significativamente mais imunoexpressa no carcinoma do que no adenoma e no tecido saudável (p<0,01).
CONCLUSÕES
Conclui-se que VASH1 tem potencial como biomarcador de melhor prognóstico e VASH2 demonstra-se de forma inédita ser biomarcador de diagnóstico no câncer colorretal.
PALAVRAS CHAVE
Biomarcadores; Angiogênese; Câncer; Vasoibina (VASH).
Área
CÂNCER COLORRETAL
Instituições
USF - Universidade São Francisco - São Paulo - Brasil
Autores
MAYCON GIOVANI SANTANA, LEONARDO FRANCISCO MACIEL, JESSICA KAORU YAMAMOTO PALMA, GUILHERME DI CAMILLO ORFALI, GIULIA CARLI MENDES, MARIA JULIA PEREIRA FERREIRA, JOSE AIRES PEREIRA, DENISE GONÇALVES PRIOLLI