Dados do Trabalho
TÍTULO
CARCINOMA ESPINOCELULAR DO COLON SIGMOIDE: RELATO DE CASO
INTRODUÇÃO
O carcinoma espinocelular (CEC) colorretal é raro, com incidência de 0,25-0,85% entre as neoplasias colorretais e possui poucos casos registrados na literatura, a localização mais comum é no reto, seguido pelo cólon direito. Relatamos um caso de carcinoma espinocelular primário de cólon sigmoide com invasão uterina, submetida a exanteração pélvica posterior.
RELATO DE CASO
H.L.S, 62 anos, feminina, deu entrada em nosso serviço em fevereiro de 2021 após ter procurado urgência por quadro de suboclusão e ser submetida a derivação intestinal. Relatava cólica abdominal associada saída de fezes mucosanguinolentas há 03 meses. Ao exame físico havia massa pélvica palpável de 7,0cm, toque retal sem alterações e toque vaginal com massa extrínseca, porém exame especular sem lesões, apenas colo uterino deslocado. Colpocitologia oncótica sem malignidade. Na retossigmoidoscopia havia lesão circunferencial vegetante no sigmoide distal e anatomopatológico evidenciou carcinoma de células escamosas moderadamente diferenciado. Ressonância de pelve com volumosa formação expansiva pélvica, heterogênea, com infiltração do retossigmoide, de segmento de alça ileal e da parede posterior do útero, compatível com neoplasia, medindo 9,5x7,3x9,8cm. Ausência de lesões no colo uterino. Não havia evidencia de metástases nas tomografias de abdome e tórax.
Cirurgia foi realizada em março de 2021 com achados de lesão volumosa do cólon sigmoide, invadindo útero, parede lateral direita da vagina e íleo terminal. Foi submetida a pan-histerectomia, enterectomia com entero-entero anastomose término-lateral grampeada, retossigmoidectomia com ligadura da artéria mesentérica inferior na sua origem e excisão total do mesorreto com sepultamento do coto retal a 2cm da linha pectínea e mantida colostomia prévia. A lesão foi ressecada em bloco, sem intercorrências e paciente teve boa evolução no pós operatório. Anatomopatológico e imunohistoquímico confirmando carcinoma espinocelular moderadamente diferenciado do sigmoide, infiltrando externamente miométrio do útero, ovário esquerdo e íleo, sem componente glandular neoplásico na amostra e sem metástase em 38 linfonodos avaliados, estadiamento pT4bpN0. No momento, encontra-se em quimioterapia adjuvante com capecitabina e oxaliplatina.
DISCUSSÃO
A etiologia do CEC colônico possui algumas hipóteses como infecção e inflamação crônica, associação com papiloma vírus, origem em células troncos pluripotentes ou de adenomas e adenocarcinomas pré-existentes. Para o diagnóstico, é necessário excluir tumores primários de outras localizações e trajetos fistulosos.
Se a doença é localizada, o tratamento cirúrgico é a escolha, porém ainda é incerto se há benefício em adjuvância, sendo o esquema com 5-fluorouracil + leucovorin o mais utilizado. O prognóstico é reservado com sobrevida média de 32% em 05 anos.
O CEC de cólon primário é uma entidade rara, ainda sem patogênese bem estabelecida, assim como o tratamento e seguimento, principalmente nos casos avançados.
PALAVRAS CHAVE
câncer colorretal; carcinoma espinocelular; exanteração pélvica
Área
CÂNCER COLORRETAL
Instituições
Hospital de Amor de Barretos - São Paulo - Brasil
Autores
JULIANA RAMPAZZO BUEMERAD, MARINA ARAÚJO MIRANDA, FELIPE DALDEGAN DINIZ, LUIS GUSTAVO CAPOCHIN ROMAGNOLO, CARLOS AUGUSTO RODRIGUES VEO, MARCOS VINICIUS ARAÚJO DENADAI