Dados do Trabalho


TÍTULO

FREQUENCIA DA DEFICIENCIA DE EXPRESSAO DAS PROTEINAS MLH1, MSH2, MSH6 E PMS2 POR IMUNO-HISTOQUIMICA EM PORTADORES DE ADENOCARCINOMA COLORRETAL

OBJETIVO

Identificar a deficiência de expressão por imuno-histoquímica das proteínas de reparo gênico MLH1, MSH2, MSH6 e PMS2, relacionadas à instabilidade de microssatélites (MSI), em portadores de adenocarcinoma colorretal, correlacionando-as com variáveis clínicas e histopatológicas. Estes dados tornam-se relevantes no direcionamento terapêutico e identificação de grupos de risco para câncer colorretal hereditário.

MÉTODO

Estudo retrospectivo com levantamento de laudos anatomopatológicos sequenciais entre junho de 2020 e janeiro de 2021, de espécimes cirúrgicos com estudo imuno-histoquímico para avalição das proteínas de reparo gênico. Foram classificados com baixa instabilidade de microssatélites (MSI-L) casos com perda de expressão de uma das proteínas avaliadas e em alta instabilidade de microssatélites (MSI-H) casos com perda de expressão de duas ou mais proteínas. As variáveis clínicas e histopatológicas avaliadas foram: idade, sexo, diferenciação celular, infiltrado linfocitário e localização tumoral. Empregou-se programa SPSS v. 16,0 (IBM Inc., Armonk, NY, USA). Os resultados foram expressos em médias e desvio padrão (média ± DP) para variáveis contínuas e como frequências para variáveis categóricas. Utilizou-se teste de Mann-Whitney para comparar varáveis contínuas. A análise das variáveis categóricas entre portadores ou não portadores da deficiência de expressão dos genes de reparo foi calculada por meio do teste da probabilidade exata de Fisher ou qui-quadrado. A significância estatística considerada foi de 5%. Os dados foram obtidos a partir de casuística de Laboratório privado de Anatomia Patológica. (CAAE: 40703320.1.0000.5404).

RESULTADOS

Foram levantados laudos de 88 pacientes, sendo 54 homens e 34 mulheres. A idade média foi de 64,08 ± 15,2 anos, com predomínio do sexo masculino (n=54; 61,4%). O retossigmoide foi a localização neoplásica mais frequente (n=32; 36,4%). Em 85,2% (n=75) das amostras a classificação da diferenciação celular foi moderada e em 62,5% (n=55) observou-se infiltração linfocitária intratumoral leve. Identificou-se que 11,3% (n=10) das amostras analisadas apresentaram MSI, sendo 1,1% MSI-L e 10,2% MSI-H. Nos casos classificados com MSI-H, as principais proteínas com expressão suprimida foram MLH1 e PMS2 e no caso de MSI-L a proteína não expressa foi MSH6. Identificou-se correlação estatística entre a deficiência de expressão com o grau de diferenciação celular (X2(3)=25,216; p=0,0001), não houve correlação com outras variáveis: sexo (X2(1)=2,172; p=0,176), faixa etária (X2(3)=4,758; p = 0,190), infiltração linfocitária (X2(1)=1,504; p=0,681) e localização tumoral (X2(8)=9,751; p=0,283).

CONCLUSÕES

A deficiência na expressão de proteínas do complexo de reparo do DNA foi de 11,3%, sendo 1,1% MSI-L e 10,2% MSI-H. As principais proteínas não expressas foram MLH1 e PMS2. Identificou-se correlação estatística a deficiência da expressão proteica com o grau de diferenciação celular.

PALAVRAS CHAVE

Câncer Colorretal Hereditário; Proteínas de Reparo Gênico; Supressão Proteica; Adenocarcinoma; Imuno-histoquímica.

Área

CÂNCER COLORRETAL

Instituições

Centro Universitário Integrado Metropolitano de Campinas - UNIMETROCAMP - São Paulo - Brasil

Autores

NATHALIA CRISTINE LIMA AZEVEDO, CLÁUDIO SADDY RODRIGUES COY, ALINE TATIANE TONETO INOCÊNCIO, LEANDRO LUIZ LOPES FREITAS, JOSÉ VASSALLO, LUCIANA REGINA MOREIRA