Dados do Trabalho


TÍTULO

PARACOCCIODOMICOSE INTESTINAL MIMETIZANDO NEOPLASIA OBSTRUTIVA DE COLON

INTRODUÇÃO

A paracoccidioidomicose (PCM) é uma infecção fúngica sistêmica causada pelo Paracoccidioides brasiliensis. Doença endêmica em países como o Brasil. O contágio é feito a partir de inalação dos esporos, podendo causar lesões pulmonares e em outros órgãos.
O envolvimento intestinal pelo P. Brasiliensis é menos comum, e apresenta uma predileção por regiões ricas em tecido linfóide, como apêndice, íleo distal e cólon direito. Seu acometimento pode causar quadro de sangramento e obstrução, simulando neoplasias.

RELATO DE CASO

Paciente de 25 anos, sexo masculino, com hábitos rurais e queixa de dor abdominal crônica ha 2 anos. Associado a náuseas, vômitos, hematoquezia e perda de peso importante. Visualizado em colonoscopia e em tomografia computadorizada de abdome, grande massa em ceco e cólon ascendente associado a linfonodomegalia regional.
Após quadro de suboclusão intestinal, paciente foi submetido a cirurgia com necessidade de ressecção da massa e do cólon adjacente. A peça enviada para análise histopatológica não apresentava células neoplásicas, mas sim presença de Paracoccidioides brasiliensis.
Paciente já com queixa de lesão cutânea em dorso sugerindo infecção fúngica, foi tratado com antifúngico oral por 9 meses e encaminhado ao infectologista e dermatologista.

DISCUSSÃO

A paracoccidioidomicose, no Brasil, é uma entidade de importante relevância epidemiológica. Pode variar desde sintomas discretos até sintomas graves sistêmicos. A suspeita clínica nem sempre é evidente, visto que na maioria dos casos a progressão dos sintomas é lenta. O subtipo intestinal é incomum e deve ser diferenciado de neoplasia colorretal, doença inflamatória intestinal e a tuberculose.
Apesar de exames de imagem e colonoscopia sugerirem o diagnóstico, a confirmação se dá com o anátomo-patológico da lesão, o qual costuma mostrar o Paracoccidioides brasiliensis. A maioria dos pacientes são considerados portadores de neoplasia e encaminhados para serviços de oncologia até sairem todos os resultados dos exames.
O tratamento é realizado com derivados azólicos, derivados sulfamídicos e a anfotericina B para casos mais graves. O tratamento é realizado visando diminuir a carga fúngica, permitindo criar uma estabilidade entre o organismo e o parasita. Os pacientes devem ser mantidos em acompanhamento com avaliações clínicas e sorológicas por até um ano.

PALAVRAS CHAVE

Paracoccidioidomicose; neoplasia colorretal, tratamento cirúrgico; infecção fúngica; obstrução intestinal

Área

MISCELÂNEA

Instituições

HOSPITAL DA CLÍNICA DE RIBEIRÃO PRETO - USP RP - São Paulo - Brasil

Autores

TAUANY TORRES, LÉO DANTAS PEREIRA, JOSE JOAQUIM RIBEIRO DA ROCHA, OMAR FÉRES, ROGÉRIO SERAFIM PARRA, MARLEY RIBEIRO FEITOSA, VANESSA FORESTO MACHADO