Dados do Trabalho


TÍTULO

ABSCESSO INTRACAVITARIO EM ADOLESCENTE SECUNDARIO A DOENÇA DE CROHN TRATADO POR LAPAROSCOPIA - RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

A doença de Crohn (DC) é uma doença inflamatória intestinal crônica, inespecífica, transmural e de causa desconhecida, que pode acometer qualquer parte do trato gastrointestinal, sendo mais comum em intestino delgado e cólon. Dentre as possíveis complicações, destacam-se como as mais prevalentes a obstrução e a perfuração, podendo ainda desenvolver abscesso intracavitário, como no caso a ser relatado no presente estudo. A terapia cirúrgica na DC é direcionada para as complicações, sendo que, atualmente, a laparoscopia se apresenta como uma abordagem cirúrgica alternativa segura.

RELATO DE CASO

Paciente do sexo feminino, 14 anos, com doença de Crohn em atividade, padrão inflamatório, localizada em íleo terminal, em uso de corticoide, com relato de dor abdominal difusa, associada a náuseas, vômitos e febre. Após realização de tomografia de abdome e pelve, foi visualizado espessamento parietal do íleo terminal e coleção intracavitária em região pélvica em proximidade com alças intestinais. Iniciada antibioticoterapia e, após 48h, devido a piora clínica e laboratorial, foi indicada a drenagem por laparoscopia.

DISCUSSÃO

Os abscessos intracavitários, resultado do processo inflamatório transmural da parede intestinal com ulcerações profundas, associado à microperfuração contida por um tecido adjacente, ocorrem em 10% a 25% dos pacientes portadores de doença de Crohn, cuja localização típica no abdome é a região ileocecal. O tratamento desta complicação é feito através de antimicrobianos (abscessos menores de 4 cm), associado ou não a drenagem do abscesso , seja percutânea ou cirúrgica (abscessos maiores que 4 cm). A paciente do presente estudo iniciou tratamento clínico sem resposta satisfatória e com evolução desfavorável nas primeiras 48h. Devido à impossibilidade de realização de drenagem percutânea por proximidade da coleção intracavitária com alças intestinais e a eventual suspeita de fístula enteroentérica, associada à piora clínica e laboratorial da respectiva paciente, foi optado pela drenagem cirúrgica e inventário da cavidade por via laparoscópica. A cirurgia laparoscópica apresenta benefícios sobre a cirurgia aberta em relação ao retorno rápido da função intestinal, menor ocorrência de íleo paralítico, menor dor no pós-operatório e dias de hospitalização, assim como menor infecção do sítio cirúrgico, formação de hérnias incisionais e melhores aspectos estéticos.

PALAVRAS CHAVE

abscesso intracavitário; acesso videolaparoscópico; doença de crohn; íleo terminal;

Área

DOENÇAS INFLAMATÓRIAS DO INTESTINO

Instituições

Hospital Geral do Grajaú - São Paulo - Brasil

Autores

ANA CAROLINA VITOR VIEIRA SILVA, YOURI BARBOSA ANDRIKOPOULOS, BERNARDO MAZZINI KETZER, CESAR BASTIDAS MARTINEZ, ELIAS JIRJOSS ILIAS, LUCAS NETTO NASCIMENTO, THIAGO SEIBEL STORCH, CAIO CESAR LOPES BORGA