Dados do Trabalho


TÍTULO

DESARTERIALIZAÇAO TRANSANAL GUIADA POR ULTRASSOM DOPPLER: RELATO DE CASO COM PASSOS CIRURGICOS E REVISAO DE LITERATURA

INTRODUÇÃO

Descrever o passo a passo cirúrgico da Desarterialização Transanal Hemorroidária (THD) guiada por Doppler e realizar uma revisão de literatura, debatendo os benefícios e desvantagens dessa técnica e suas repercussões clínicas pós-operatórias.

RELATO DE CASO

Paciente masculino, 48 anos, referindo intensa sintomatologia de sangramento e prolapso anal, como consequência de doença hemorroidária. Submetido a hemorroidectomia prévia, em 2005, que lhe conferiu acentuada dor pós-operatória, fato que inicialmente o fez resistir à nova abordagem cirúrgica. Realizou-se a THD, com o paciente em litotomia, e a partir da colocação do anuscópio, foram identificados os coxins hemorroidários, localizados na região lateral esquerda e posterior esquerda, ambos volumosos e classificados como grau III, e anterior direita grau II. Para identificação da artéria de cada mamilo hemorroidário, utilizou-se o sonar do kit Endopex, com preservativo para proteção do equipamento. Para melhorar a acurácia do equipamento, colocou-se gel condutor por dentro do preservativo, isto é, entre este e o sonar. Fez-se então a desarterialização das hemorróidas, com pexia destas com Vicryl 2.0 por sutura em chuleio simples de forma craniocaudal, até 1 cm acima da linha pectínea, com posterior revisão da hemostasia e visualização imediata da redução do tamanho da hemorróida. A conduta pós-operatória foi com analgesia, feita com dipirona e profenid, bem como laxativo osmótico e ingestão de fibras duas vezes ao dia. Paciente evacuou no segundo dia após a cirurgia, evoluiu sem queixas, com melhora do prolapso e parada do sangramento.

DISCUSSÃO

A técnica de THD é um procedimento minimamente invasivo e tem sido indicada para doenças hemorroidárias grau II refratária, grau III e alguns casos grau IV. Dentre as abordagen cirúrgicas, as hemorroidectomias, que têm como principais técnicas a de Milligan-Morgan e a de Ferguson, ainda são consideradas o padrão-ouro para o tratamento da doença hemorroidária avançada, embora exista um risco significativo de complicações pós-operatórias, como dor, sangramentos, prolapso, estenose anal e incontinência fecal, os quais são notavelmente reduzidos com a técnica minimante invasiva. Ademais, tal procedimento está associado a um nível de sucesso, impacto na qualidade de vida, resultado em longo prazo e taxa de recorrência mais positivos que as técnicas tradicionais, com exceção em alguns casos de 4° grau. Dentre as poucas complicações na técnica de THD, que são inerentes a qualquer intervenção cirúrgica, pode-se citar o tenesmo, dor ou desconforto nos primeiros 7 dias (que conseguem ser manejados facilmente com analgésicos e anti-inflamatórios), hemorragias e necrose do tecido. Portanto, a técnica de Desarterialização Transanal Hemorroidária é uma alternativa aos procedimentos convencionais para tratamento de hemorróidas, trazendo resultados positivos e com taxas de complicações reduzidas, afetando diretamente na qualidade de vida do paciente.

PALAVRAS CHAVE

Hemorroidas, Hemorroidectomia, Ultrassonografia Doppler

Área

DOENÇAS ORIFICIAIS

Instituições

Hospital Gastroclínica - Ceará - Brasil

Autores

JOSÉ WALTER FEITOSA GOMES, PEDRO WILSON DINIZ VIANA, BÁRBARA MATOS DE CARVALHO BORGES, PEDRO AMORIM VIDAL, IANA VITÓRIA ARAÚJO MARQUES, ENZO STUDART DE LUCENA FEITOSA, DANIEL KEVIN DE ALENCAR FORTE FEIJÓ, ARTHUR ANTUNES COIMBRA PINHEIRO PACÍFICO