Dados do Trabalho


TÍTULO

PERFIL EPIDEMIOLOGICO E CARACTERISTICAS CLINICAS DAS DOENÇAS INFLAMATORIAS INTESTINAIS EM UM CENTRO DE REFERENCIA NO BRASIL

OBJETIVO

As maiores taxas de incidência e prevalência das Doenças Inflamatórias Intestinais (DII) são encontradas nos países economicamente mais desenvolvidos, mas nas últimas décadas, tem se observado um aumento da incidência em países recém-industrializados da Ásia, África e América do Sul, incluindo o Brasil. Dados de incidência e prevalência de DII no país são bastante escassos, sendo necessários mais estudos sobre este tema. Portanto, o objetivo foi avaliar o perfil epidemiológico e as características clínicas dos doentes com DII, acompanhados em um serviço de referência no estado de São Paulo

MÉTODO

Foi realizada uma análise retrospectiva, descritiva, dos prontuários médicos dos pacientes acompanhados no ambulatório de DII, atendidos entre 1991 e 2019.

RESULTADOS

No período, foram atendidos no ambulatório 1.217 pacientes, e atualmente estão em acompanhamento 625 doentes sendo 416 com Doença de Crohn (DC), 190 com Retocolite Ulcerativa (RCU) e 19 com Colite Indeterminada. A média de idade foi de 31,6 anos, com distribuição homogênea entre os sexos. Entre aqueles que estes dados foram obtidos, 10,6% dos doentes apresentavam antecedente familiar de DII, e 23,5% eram tabagistas ou ex-tabagistas. Na DC predominou a Classificação de Montreal A2 L3 B1, com 44,8% dos doentes apresentando doença perianal; na RCU, Classificação A2 E2 S0. A principal manifestação extraintestinal presente foi as reumatológicas (149), vindo a seguir as lesões cutâneas (33), as oftalmológicas (14) e colangite esclerosante primária (10). A maioria dos doentes (85,4%) fazia uso de alguma medicação, sendo as mais frequentes os aminossalicilatos na RCU e terapia biológica na DC. Em relação às cirurgias, 60,3% dos doentes com DC foram submetidos a algum tipo de procedimento cirúrgico, sendo as operações mais frequentemente realizadas no serviço: fistulotomias e colocação de sedenhos, enterectomia, ileotiflectomia/colectomia direita, colectomia total ou parcial e plastias interstinais. Quanto a RCU, apenas 18,4% dos doentes foram operados, sendo o procedimento mais comumente realizado, a confecção de reservatório ileal. Somente 195 doentes (31,2%) eram da cidade de Campinas, mas 443 (70,9%) eram provenientes do 7º Departamento Regional de Saúde (DRS).

CONCLUSÕES

No estudo, houve um predomínio de pacientes da DRS de Campinas, e de doentes com DC. A maioria era jovem, sem predominância de sexo no geral, mas com mais mulheres com RCU e homens com DC. Os aminossalicilatos foram os medicamentos mais utilizados na RCU e os biológicos na DC. Mais da metade dos doentes com DC foram submetidos a algum tipo de procedimento cirúrgico, ao contrário da RCU.

PALAVRAS CHAVE

Doença de Crohn, Retocolite Ulcerativa, Epidemiologia, Trato Gastrointestinal.

Área

DOENÇAS INFLAMATÓRIAS DO INTESTINO

Instituições

Grupo de Coloproctologia - Disciplina de Moléstias do Aparelho Digestivo - FCM - Unicamp - São Paulo - Brasil

Autores

LUIZA MARIA PILAU FUCILINI, LÍVIA MOREIRA GENARO, DANIELA CUNHA E SOUZA, MICHEL GARDERE CAMARGO, CARLOS AUGUSTO REAL MARTINEZ, CLAUDIO SADDY RODRIGUES COY, RAQUEL FRANCO LEAL, MARIA DE LOURDES SETSUKO AYRIZONO