Dados do Trabalho


TÍTULO

DIVERSIDADE DE APRESENTAÇOES DO CANCER COLORRETAL EM PACIENTES MENORES DE 40 ANOS NUMA INSTITUIÇAO

OBJETIVO

No Brasil, o câncer colorretal (CCR) é o 2º em incidência, excluindo câncer de pele não melanoma, entre homens e mulheres e o 3º em mortalidade. A maioria dos casos são diagnosticados após a quinta ou sexta década de vida. Entretanto, mesmo que em pequena porcentagem, os casos diagnosticados com idade inferior a 40 anos tem aumentado a cada ano. Nesta população, comumente tem curso mais agressivo, com rápida recidiva e progressão quando comparado à população mais idosa. A agressividade biológica intrínseca da doença ainda não está bem elucidada neste grupo, porém quando diagnosticado em quadros mais tardios e associado com características histológicas adversas é comumente considerado como de pior prognóstico. Este aparente aumento na incidência de CCR entre pacientes jovens durante as últimas décadas levanta a necessidade de valorizar os sintomas e sinais específicos nesta população, buscando-se maior número de diagnósticos precoces. Objetiva-se relatar a ocorrência de casos de câncer colorretal no Hospital Mater Dei Betim-Contagem em indivíduos menores de 40 anos e suas diferentes apresentações ao diagnóstico e características anatomopatológicas. Como objetivo secundário, tem-se a expectativa de observar fatores predisponentes que indiquem um rastreio precoce em grupos pré-selecionados.

MÉTODO

Realizado estudo retrospectivo de 5 casos de adenocarcinoma de cólon e reto atendidos em nosso serviço entre junho de 2019 a março de 2021 através de análise documental de prontuário.

RESULTADOS

Dos 5 pacientes estudados, todos possuíam história familiar positiva (100%), principalmente para tumores associados à Síndrome de Lynch. A proporção entre homens e mulheres foi de 4:1. Os sintomas mais comuns foram alteração do ato de defecção (80%), desconforto abdominal (60%) e hematoquezia (40%). Quanto às características tumorais, 80% foram adenocarcinoma moderadamente diferenciados, 80% diagnosticados nos estágios II e III, 60% localizados no cólon esquerdo, 60% possuíam instabilidade microssatélite (o paciente 3 já apresenta resultado genético positivo para Síndrome de Lynch). Os dois casos sem instabilidade microssatélite apresentavam IMC > 25Kg/m². Apenas 1 paciente do estudo era tabagista e o nível de CEA estava normal em 80% dos pacientes. Somente o paciente com apresentação metastática mostrava elevação do CEA.

CONCLUSÕES

O aumento na incidência de CCR entre pacientes jovens aponta a necessidade de valorizar os sintomas e sinais específicos desta patologia nesta população, utilizando-se do arsenal propedêutico apropriado para realizar maior número de diagnósticos precoces, uma vez que a agressividade da doença pode determinar prognóstico desfavorável quando em estágios mais avançados. Para os pacientes diagnosticados, é fundamental avaliação oncogenética com o intuito de identificar síndromes de predisposição ao câncer e orientar o rastreamento de familiares.

PALAVRAS CHAVE

câncer colorretal, síndrome de lynch, jovens

Área

CÂNCER COLORRETAL

Instituições

REDE MATER DEI DE SAÚDE - Minas Gerais - Brasil

Autores

MATHEUS MATTA MACHADO MAFRA DUQUE ESTRADA MEYER, CLEYDSON SANTOS, MARIA EMILIA CARVALHO CARVALHO, MARIA CAROLINA MOREIRA MARTINS COSTA, LUIZ FELIPE SOUZA GUEDES, ANNA ELISA TEIXEIRA CAMPOS MELO, AMANDA GOMES DA SILVA OLIVEIRA, DANIELA DE MATOS ALVES COSTA