Dados do Trabalho


TÍTULO

ESQUISTOSSOMOSE MANSONI: DIAGNOSTICO POR COLONOSCOPIA COM BIOPSIA RETAL

INTRODUÇÃO

A esquistossomose é uma doença infecto-parasitária endêmica, provocada por vermes do gênero Schistosoma, os quais têm como hospedeiros intermediários caramujos de água doce do gênero Biomphalaria. Pode variar desde formas assintomáticas até formas clínicas extremamente graves. Nesse viés, a suspeição clínica é difícil, devido à variedade de apresentação, bem como o intenso fluxo de migração no território nacional. Ademais, o diagnóstico em regiões não endêmicas, por vezes, é feito de modo ocasional por colonoscopia, solicitada frente a sintomas abdominais inespecíficos refratários a tratamentos convencionais.

RELATO DE CASO

JSC, 53 anos, natural do norte de Minas Gerais, apresentando queixa de cólica abdominal há 6 meses, associada a tenesmo e fezes em forma caprina. Observado ultrassom abdominal sem alterações. Submetido à tratamento empírico de verminose e gastroenterite, sem melhora dos sintomas. Procedida investigação para doença celíaca e intolerância à lactose, ambos negativos. Realizado colonoscopia, em boas condições de preparo, evidenciando mucosa retal com discreta irregularidade, hiperemia e edema, sem ulcerações. Vascularização submucosa discretamente apagada. Realizada biópsia de reto e sigmóide demonstrando ovos de Schistosoma mansoni. Prescrito Praziquantel, havendo melhora dos sintomas. Antecedentes epidemiológicos colhidos de forma retrógrada sendo referida história de banho em água doce em cidade natal. Solicitado parasitológico de fezes esquema Kato-Katz, com confirmação diagnóstica.

DISCUSSÃO

A esquistossomose é endêmica em vasta extensão do território brasileiro, havendo maior incidência na região Nordeste e no estado de Minas Gerais, a sua transmissão se dá pelo contato humano com águas contendo agentes infectantes do Schistosoma mansoni. A evolução clínica da esquistossomose é multifatorial, variando entre formas agudas ou crônicas (hepatointestinal, hepática, hepatoesplênica e formas complicadas). A referida forma intestinal, em geral, tem apresentação benigna e, geralmente, se manifesta com sintomas inespecíficos, como: fadiga, náusea, diarreia/constipação e dor abdominal. O diagnóstico em regiões não endêmicas é considerado desafiador, uma vez que tal hipótese não é aventada rotineiramente. Nesse sentido, o diagnóstico é confirmado por meio da visualização de ovos do Schistosoma mansoni nas fezes pelo método de Kato-Katz, presença de ovos nos tecidos (biópsia retal por colonoscopia / biópsia hepática) ou pela pesquisa de antígeno circulante secretado pelo verme adulto (ELISA de captura). O tratamento medicamentoso da forma crônica é realizado com Praziquantel 600 mg, via oral, dose única, devendo repetir exame após 30 dias para controle de cura.

PALAVRAS CHAVE

ESQUISTOSSOMOSE, COLONOSCOPIA, EPIDEMIOLOGIA

Área

MISCELÂNEA

Instituições

UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO - Minas Gerais - Brasil

Autores

AMANDA KAROLYNE BATISTA FERREIRA, GABRIELE CASTRO MARÇAL, PATRICIA LOPES PROSPERO, HENRIQUE AMORIM SANTOS