Dados do Trabalho


TÍTULO

METASTASE COLONICA DE CARCINOMA ESPINOCELULAR CERVICAL - UMA RARA COMPLICAÇAO: RELATO DE CASO E REVISAO DA LITERATURA

INTRODUÇÃO

O adenocarcinoma é o subtipo tumoral mais comum do trato gastrointestinal (TGI), incluindo o segmento colorretal. Os carcinomas espinocelulares (CEC) são responsáveis por 1-2,5% dos casos tumores do TGI e surgem, mais frequentemente, no esôfago e no canal anal. O objetivo do presente estudo é relatar o caso de um CEC da região cervical, complicado com metástase colônica invasiva e obstrutiva, tratada cirurgicamente.

RELATO DE CASO

Paciente do sexo feminino, 69 anos, com dor abdominal progressiva, iniciada há 06 meses, com piora na última semana, quando passou a apresentar diminuição importante na eliminação de flatos e fezes. Na história pregressa havia o relato de cirurgia para ressecção de CEC cervical gigante. Devido a suspeita de obstrução intestinal, optou-se pela investigação em regime hospitalar. Ao exame físico, chamava atenção a distensão abdominal associada à massa palpável volumosa móvel no hipocôndrio esquerdo. A tomografia computadorizada (TC) do abdome evidenciou lesão circunferencial e exuberante no cólon transverso, sem sinais de obstrução completa. A colonoscopia com preparo intestinal retrógrado demonstrou lesão vegetante na mesma topografia. O anatomopatológico (AP) demonstrou neoplasia maligna de grandes células infiltrando a mucosa do cólon. Na cirurgia observou-se uma massa tumoral de 8 cm, com invasão da grande curvatura do estômago. Foi realizada colectomia esquerda ampliada, gastrectomia parcial com omentectomia, sepultamento do cólon descendente e transversostomia terminal. Recebeu alta hospitalar no quarto dia após a cirurgia. O AP da peça cirúrgica revelou neoplasia epitelial maligna pouco diferenciada com imunohistoquímica sugestiva de metástase de CEC invasivo, positiva para AE1/AE3 (citoqueratinas), CK5/6 e p63 e negativa para marcadores neuroendócrinos (CD 56, cromogranina, sinaptofisina) ou colônicos (CDX2, CEA, CK20, MUC-2, SATB2 e vilina). Encontra-se em seguimento oncológico, clínico-radiológico, sem sinais de recidiva local ou à distância.

DISCUSSÃO

Os principais sítios de metástase nos CEC são os linfonodos regionais. Metástases para o cólon são extremamente infrequentes e, no caso apresentado, o mais provável é que tenha ocorrido disseminação linfática para linfonodos pericólicos, que, por sua vez, aumentaram de volume e se estenderam para o cólon e estômago, causando as manifestações apresentadas. O tratamento do CEC de cólon é a ressecção cirúrgica em bloco, preferencialmente por via laparoscópica. Nos casos de grandes massas tumorais, com suspeita de invasão de outros órgãos, a laparotomia se impõe como via de acesso cirúrgico e apresenta melhores resultados oncológicos.

PALAVRAS CHAVE

NEOPLASIAS COLORRETAIS; CARCINOMA DE CÉLULAS ESCAMOSAS; METÁSTASE NEOPLÁSICA.

Área

CÂNCER COLORRETAL

Instituições

HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO - USP - São Paulo - Brasil

Autores

MARIA JULIA SEGANTINI, MARLEY RIBEIRO FEITOSA, ANTONIO BALESTRIM FILHO, VANESSA FORESTO MACHADO, ROGÉRIO SERAFIM PARRA, MARIANGELA OTTOBONI BRUNALDI, JOSE JOAQUIM RIBEIRO ROCHA, OMAR FÉRES