Dados do Trabalho


TÍTULO

LEIOMIOMA PARARRETAL: RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

O seguinte trabalho tem como objetivo apresentar um relato de caso clínico de uma paciente portadora de leiomioma pararretal, cujo diagnóstico definitivo foi selado apenas com o laudo histopatológico, a despeito de extensiva propedêutica diagnóstica.
As lesões em tal localização são fontes de difíceis decisões terapêuticas e demandam expertise no tratamento cirúrgico para evitar agregar morbidade ao paciente acometido, como comprometimento funcional do assoalho pélvico.

RELATO DE CASO

O relato é sobre uma paciente feminina com 46 anos, sem comorbidades, três gestações prévias, sendo um aborto, um parto normal e uma cesária. Encaminhada ao serviço de coloproctologia devido à queixa de constipação intestinal com início há 05 anos, e abaulamento indolor em região perianal a direita de crescimento lento e progressivo há 03 anos, associada a dor em membro inferior ipsilateral.
A paciente foi submetida a propedêutica diagnóstica com ultrassonografia de região glútea, tomografia computadorizada e ressonância nuclear magnética, que evidenciaram uma lesão com cerca de 12cm na fossa isquioanal direita comprometendo o músculo puborretal deste lado e em íntimo contato com o músculo esfíncter interno, de aspecto inespecífico.
Foi indicada ressecção cirúrgica via abordagem perineal lateral e drenagem do espaço pararretal. O per operatório transcorreu sem intercorrências, tendo a paciente recebido alta hospitalar no 6º dia de pós operatório. O anatomopatológico evidenciou leiomioma, e o acompanhamento tardio demonstrou boa cicatrização da ferida, com preservação da função esfincteriana e melhora dos sintomas de clínicos.

DISCUSSÃO

Os tumores do músculo liso no trato gastrointestinal são raros, principalmente na localização anorretal. Os locais de maior frequência de acometimento, em ordem decrescente são: Estômago, intestino delgado, cólons, duodeno, esôfago, retroperitônio, e divertículo de Meckel. Os tumores benignos (leiomiomas) preponderam os malignos em uma proporção de 4:1. Nos poucos relatos de caso de leiomiomas retais descritos na literatura, a origem mais frequente é o músculo esfíncter anal interno.
Ocorrem em pacientes de todas as idades, com gradual aumento na freqüência e degeneração maligna até a 6ª década de vida.
Usualmente, a diferenciação diagnóstica entre leiomioma e leiomiossarcome é difícil tanto clínica, radiologicamente, ou até mesmo por biópsia incisional. São considerados sinais de degeneração maligna: Crescimento rápido, lesões maiores que 2,5cm de diâmetro, hemorragias, ulceração, fixação extrarretal ou síndrome álgica.
Os leiomiomas podem crescer progressivamente causando sinais obstrutivos e estão susceptíveis à transformação maligna, logo, devem ser extirpados cirurgicamente.
Para tumores grandes ou totalmente extrarretais, a melhor abordagem é pelo acesso perineal extrarretal. Caso haja evidência de malignidade, o tratamento cirúrgico com excisão do reto é indicado.

PALAVRAS CHAVE

Leiomioma, músculo liso, tumor pararretal, reto.

Área

MISCELÂNEA

Instituições

Hospital Federal do Andaraí - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

BRUNA CARMINATTI BAVARESCO, ANA PAULA TORRES COSTA, MARCIO CAVALCANTE CARNEIRO, DIANA MARIA ALVES FERREIRA BALDEZ, RODOLFO FREDERICO GAZZONI DEGRAZIA HOWES