Dados do Trabalho
TÍTULO
ANALISE EPIDEMIOLOGICA DOS CASOS DE NEOPLASIAS MALIGNAS DA JUNÇAO RETOSSIGMOIDE, RETO, NUS E CANAL ANAL NO BRASIL NOS ULTIMOS 10 ANOS
OBJETIVO
Os cânceres da região distal do cólon e reto estão entre os dez tipos de câncer mais incidentes no Brasil. Devido ao processo fisiopatológico da doença, a prevenção e detecção precoce são muito propícias, uma vez que na maioria das vezes evoluem a partir de lesões benignas, como os pólipos adenomatosos. Portanto, o objetivo deste estudo é realizar uma análise temporal dos casos de neoplasias malignas da junção retossigmóide, reto, ânus e canal anal no Brasil nos últimos 10 anos, e correlacioná‐la com aspectos demográficos e epidemiológicos regionais.
MÉTODO
Estudo transversal, documental e quantitativo, com amostra de 263.382 indivíduos internados por neoplasia maligna da junção retossigmóide, reto, ânus e canal anal no Brasil (2011 - 2020) notificados no Sistema de Declaração de Morbidade Hospitalar do Sistema Único de Saúde (SUS), disponível no Departamento de Estatística do SUS. Avaliou-se as variáveis por local de residência, gênero, faixa etária e taxa de mortalidade.
RESULTADOS
Amostra composta por 263.382 indivíduos (135.254 homens e 128.128 mulheres), sendo a faixa etária entre 40 e 79 anos a mais acometida, representando 86,37% da amostra. A prevalência do acometimento dessa faixa etária correlaciona-se com o tempo de aparecimento e de progressão dessas doenças. Entre 2011 e 2020, ocorreu aumento no número de casos, indo de 18.989 em 2011 para 31.760 em 2020 (aumento de 67,25% em 10 anos). Em 2013, o Ministério da Saúde desenvolveu a Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer (PNPCC), cujo principal objetivo é ampliar a detecção precoce dos cânceres passíveis de rastreamento. Devido a isto, pode-se relacionar o aumento expressivo do número de casos por anos com o aumento do rastreio e diagnóstico. A região sul apresentou a maior incidência (235,57/100.000hab), seguida das regiões sudeste (148,49/100.000hab), centro-oeste (97,85/100.000hab), nordeste (74,4/100.000hab) e norte (38,7/100.000hab). A PNPCC é organizada de maneira a possibilitar a continuidade das ações de atenção à saúde por meio de sistemas de apoio e sistemas logísticos, por exemplo, o que é mais bem definido nas regiões socioeconomicamente mais desenvolvidas do país (sul e sudeste), devido a sua melhor infraestrutura e investimento em prevenção e rastreio desses cânceres.
CONCLUSÕES
O estudo observou discreta prevalência de neoplasias colorretais no sexo masculino, por outro lado, o maior número de casos se encontra na faixa etária entre 40 e 79 anos, correlacionando-se com progresso fisiopatológico dessas patologias, corroborando com os dados da literatura. Além disso, constatou-se a relação do maior número de casos com as regiões socioeconomicamente desenvolvidas do país (sul e sudeste) e uma provável influência da conscientização constante e crescente na prevenção e no diagnóstico precoce pelos grandes centros de saúde do país, bem como da disponibilidade de infraestrutura destes.
PALAVRAS CHAVE
Neoplasias Colorretais; Epidemiologia; Sistema Único de Saúde.
Área
CÂNCER COLORRETAL
Instituições
Universidade de Fortaleza - Ceará - Brasil
Autores
ARTHUR ANTUNES COIMBRA PINHEIRO PACÍFICO, VITOR SAUWEN PAIVA, FÁBIO AUGUSTO XEREZ MOTA, PEDRO AMORIM VIDAL, BÁRBARA BEZERRA RICCIARDI, IANA VITÓRIA ARAÚJO MARQUES, ENZO STUDART DE LUCENA FEITOSA, FRANCISCO JULIMAR CORREIRA DE MENEZES