Dados do Trabalho


TÍTULO

PROLAPSO DE COLOSTOMIA TERMINAL ASSOCIADO A HERNIA PARACOLOSTOMICA. MUDANÇA DE SITIO COMO OTIMA ALTERNATIVA – RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

Introdução: A confecção de um estoma terminal ou em alça, embora de fácil execução, pode trazer complicações (precoces ou tardias) ao paciente, comprometendo sua qualidade de vida. Das complicações tardias podemos citar o prolapso (2 a 26% dos casos) e a hérnia paraestomal (5 a 52%), ambas causadas, principalmente por técnica operatória inadequada, aumento da pressão intra-abdominal e enfraquecimento da aponeurose. Tanto o prolapso quanto a hérnia paraestomal, normalmente não impedem a função do órgão, mas podem provocar sérias manifestações clínicas como encarceramento, estrangulamento, sangramento e obstrução intestinal, necessitando abordagem cirúrgica. Nos últimos anos, várias técnicas de cirurgia minimamente invasivas têm sido descritas para o manejo de apenas uma complicação, porém, nas situações em que as complicações relacionadas ao estoma aparecem associadas, a melhor forma de tratamento ainda não foi bem estabelecida, sendo a laparotomia uma opção interessante, principalmente em casos selecionados. Nosso objetivo é enfatizar a mudança de sítio de estoma, por laparotomia, como excelente opção para pacientes que apresentam prolapso de colostomia associado à hérnia paraestomal.

RELATO DE CASO

Relato de caso: Homem, 62 anos, pardo, submetido à amputação abdominoperineal do reto e confecção de colostomia terminal em flanco esquerdo, em julho de 2018, em virtude de um adenocarcinoma de reto distal. No início de janeiro de 2020, percebeu aumento de volume do estoma e da parede abdominal ao redor, apresentando dor local frequente, sangramento esporádico e descolamento constante da bolsa de colostomia. Informou dificuldade para a redução manual do prolapso. Exame clínico identificou prolapso de colostomia (13 cm) e hérnia paracolostômica. Após realização de exames complementares (laboratoriais, endoscópicos e radiológicos) foi encaminhado para tratamento cirúrgico. Em março de 2020, realizada laparotomia com ressecção do prolapso, reparo da hérnia (sem necessidade de tela) e reposicionamento do estoma em flanco direito. Obteve alta hospitalar no 4º dia de pós-operatório. Atualmente, sob acompanhamento ambulatorial, em excelente condição clínica e sem complicações relacionadas ao novo sítio do estoma.

DISCUSSÃO

Discussão: As complicações relacionadas à confecção de uma colostomia terminal são bastante frequentes. Diretrizes, orientações e recomendações sobre cuidados para evitar o aparecimento dessas desagradáveis complicações podem ser observadas em vários periódicos com alto fator de impacto, porém a conduta perante a um prolapso de colostomia e/ou hérnia paracolostômica ainda não está bem estabelecida. Uso de tela, correção do prolapso com ou sem ressecção intestinal e até mesmo a mudança de sítio do estoma são sugeridos. Concluímos que a experiência do cirurgião e as condições clínicas do paciente devem ser levadas em consideração e a mudança de sítio do estoma em pacientes bem selecionados ainda permanece como ótima opção.

PALAVRAS CHAVE

Prolapso de colostomia, Hérnia paracolostômica, Cirurgia, Mudança de sítio

Área

MISCELÂNEA

Instituições

Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde de Juiz de Fora (FCMS/JF) - SUPREMA - Minas Gerais - Brasil

Autores

DANIELA GIRARDI PEREIRA LINHARES RODRIGUES, ANA CAROLINA PEROTA TAVARES, ANA CAROLINA SANTIAGO RIBEIRO, DEBORA PAULA SILVA, MARIA CAROLINA CORREIA AMORIM CASAL FARTES, JOÃO VICENTE LINHARES RODRIGUES