Dados do Trabalho


TÍTILO

CIRURGIA TRANSANAL ROBOTICA PARA RESSECÇAO DE LESAO DE CRESCIMENTO LATERAL NO RETO

INTRODUÇÃO

O termo TAMIS (TransAnal Minimally Invasive Surgery) surgiu após a viabilidade da utilização de um portal único, por via transanal, para ter acesso à ampola retal usando instrumentos laparoscópicos para conduzir excisões de lesões retais ou mesmo excisão total do mesorreto. A plataforma transanal pode ser rígida/reutilizável ou flexível/descartável. O uso de plataforma robótica através de porte transanal é factível, já tendo sido descrito seu uso para excisão total do mesorretal mas também para excisão de parede total de tumores do reto e dissecção submucosa de neoplasias benignas. Nosso objetivo é relatar caso de dissecção endoscópica submucosa (ESD) por via transanal aliada à plataforma robótica para tratamento de lesão de crescimento lateral (LST) extensa.

RELATO DE CASO

Paciente do sexo feminino, 40 anos, com quadro de diarreia e mucorreia há 6 meses. Na anuscopia, havia presença de lesão de consistência amolecida a cerca de 3cm da borda anal. A colonoscopia mostrou um tumor de crescimento lateral (LST) granular homogêneo de 5 cm de comprimento, a 2 cm da borda anal, que ocupava cerca de 50% da circunferência do reto. A biópsia revelou adenoma tubuloviloso com displasia de baixo grau. Foi optado realizar ressonância nuclear magnética da pelve para descartar invasão da submucosa. A paciente foi submetida a dissecção submucosa transanal por via robótica, sob anestesia geral. Foi utilizada plataforma DaVinci Xi com três braços robóticos: ótica, Maryland e energia monopolar/porta-agulha. O procedimento durou 80 minutos, e não houve sangramento significativo (inferior a 20mL). Houve mínima perfuração da parede do reto na porção proximal da ressecção, a qual foi suturada com sutura contínua de fio farpado V-Loc (Medtronic). Paciente recebeu alta após dois dias, sem complicações. Exame patológico da amostra completa confirmou um adenoma tubuloviloso com displasia de baixo grau com margens livres.

DISCUSSÃO

Novas modalidades terapêuticas para as lesões de reto estão levando a um manejo mais complexo dessa doença. Apesar de a TAMIS oferecer certa limitação em atingir o reto superior e o sigmoide distal, permite a excisão de lesões não elegíveis para ressecção endoscópica, ou que necessitem de ESD endoscópica. Combinada à tecnologia da plataforma robótica, a técnica permite realizar dissecção endoscópica de submucosa (ESD) com maior facilidade em comparação com ESD por colonoscopia, pois com o uso de duas pinças simultâneas há possibilidade de retração da lesão e exposição do plano. Com isso, o procedimento pode ser realizado mais rapidamente, com menos sangramento, melhor ergonomia para o cirurgião e possibilidade de sutura para eventuais perfurações ou mesmo para fechamento do leito de ressecção. A articulação das pinças robóticas também favorece seu uso quando comparado à TAMIS com uso de pinças laparoscópicas, facilitando em especial a sutura endoanal.

PALAVRAS CHAVE

NEOPLASIA COLORRETAL; CIRURGIA MINIMAMENTE INVASIVA; ROBÓTICA; CIRURGIA TRANSANAL; TAMIS

Área

CÂNCER COLORRETAL

Instituições

Hospital Municipal da VIla Santa Catarina - Hoapital Israelita Albert Einstein - São Paulo - Brasil

Autores

MARLENY NOVAES FIGUEIREDO , VICTOR EDMOND SEID, ANA SARAH PORTILHO, LUCAS SOARES GERBASI, RAFAEL VAZ PANDINI, MARILIA MARCELINO, RAFAELA SOUZA NOVO, SERGIO EDUARDO ALONSO ARAUJO