Dados do Trabalho
TÍTULO
EFICACIA E SEGURANÇA DA PODOFILINA 25% NO TRATAMENTO DE LESOES CONDILOMATOSAS PERIANAIS EXTENSAS.
OBJETIVO
Avaliar eficácia do tratamento com podofilina 25% em reduzir a extensão das lesões condilomatosas e a segurança dessa medicação em relação aos efeitos colaterais observados.
MÉTODO
Estudo de série de casos, prospectivo e descritivo, de pacientes atendidos no Serviço de Coloproctologia do Hospital Barão de Lucena. Incluídos pacientes maiores de 18 anos com lesões perianais extensas, caracterizadas por serem confluentes e acometerem mais de 75% da circunferência perianal, podendo ser planas ou elevadas. Excluídos gestantes e lesões sugestivas de carcinoma epidermóide ao exame clínico. O tratamento consistiu em 6 aplicações tópicas semanais de podofilina a 25% em contato por 4 a 6 horas. As lesões foram medidas antes de cada aplicação com o auxílio de fita métrica, desde a margem proximal, na borda anal, até a margem distal, na região perianal, em cada octante acometido. Quando as lesões eram elevadas, a fita métrica acompanhou o contorno da lesão para mensurar seu volume. O cálculo da área lesional foi realizado com o auxílio do programa ImageJ versão 1.8.0_172 e as medidas entre a primeira e sexta consultas foram comparadas para obter o percentual de regressão. Sintomas como dor local (caracterizada em ausente, tolerável ou intolerável), náusea, vômito, dor abdominal, diarréia, desorientação ou qualquer sinal de cardio, neuro ou nefrotoxicidade foram notificados.
RESULTADOS
Foram estudados sete pacientes, seis do sexo masculino e um feminino. A idade variou entre 20 e 56 anos, com média de 31,4 anos. Seis apresentaram lesões sincrônicas ao diagnóstico, sendo 100% em canal anal e 33,33% em região genital. Três pacientes vivem com HIV e usam antirretrovirais regularmente, com CD4 variando entre 204 e 677 e carga viral de 72 em um e indetectável em dois. A regressão da área da lesão calculada após o tratamento completo com podofilina variou de 33,92 a 100% (média de 73,75%), sendo a regressão maior que 50% em 5 pacientes (71,43%). Dois pacientes (28,57%) apresentaram regressão completa dos condilomas. Os pacientes com lesões residuais foram submetidos a ressecção cirúrgica, com cicatrização em até 90 dias. Em um desses pacientes foi observado fistulização para o canal anal e o exame histopatológico identificou carcinoma epidermóide em lesão condilomatosa, sendo encaminhado para radioquimioterapia. As lesões condilomatosas sincrônicas do canal anal e genital eram planas e pequenas e foram tratados com ATA 90% com resultado satisfatório. Três pacientes (42,86%) apresentaram recorrências puntiformes (<0,5cm) dos condilomas externos, entre 9 e 52 semanas. A terapia escolhida foi ATA 90% em dois pacientes e imiquimode em um. O único efeito colateral observado após o tratamento com podofilina 25% foi dor tolerável em 28,57% dos pacientes.
CONCLUSÕES
A podofilina é um tratamento acessível, seguro e eficaz para reduzir lesões condilomatosas perianais.
PALAVRAS CHAVE
PODOFILINA, CONDILOMA, TRATAMENTO.
Área
INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS
Instituições
Hospital Barão de Lucena - Pernambuco - Brasil
Autores
NATÁLIA MAIA ESMERALDO PEIXOTO, JUSCIELLE DE SOUZA BARROS, ANDREZA DE FARIAS CALADO, NATHANY LOUIZE DE ARAUJO, CAMILA ALVES SOUTO FAUSTO, MAURICIO JOSE DE MATOS E SILVA, ALINE RIBEIRO TEIXEIRA CAVALCANTE