Dados do Trabalho


TÍTULO

SARCOMA SINOVIAL DA TRANSIÇAO RETOSSIGMOIDE: RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

Adenocarcinoma é o subtipo histológico mais comum de neoplasia colorretal. Outros subtipos como tumor carcinóide, carcinoma de células escamosas, linfomas e sarcomas são incomuns e representam menos que 10% dos casos de neoplasias malignas do intestino. O sarcoma sinovial (SS) acomete mais frequentemente tecidos profundos dos membros inferiores. O SS do cólon é extremamente raro. O objetivo deste estudo é relatar um caso de SS da transição retossigmóide e discutir os aspectos diagnósticos da doença.

RELATO DE CASO

Paciente de 84 anos, feminina foi admitida com sangramento retal intermitente há 8 meses. Colonoscopia evidenciou lesão tumoral séssil, de 4 cm, na transição retossigmóide. A biópsia da lesão foi inconclusiva. A tomografia computadorizada de abdome realizada mostrou espessamento circunferencial de 3,5 cm na parede do retossigmóide sem evidências de doença linfonodal ou à distância. O antígeno carcinogênico embrionário (CEA) era de 3,79 e os demais exames, normais. Optou-se pela ressecção cirúrgica da lesão. A avaliação intraoperatória revelou massa tumoral do retossigmóide com retração da serosa, sem invasão de órgãos. A análise anatomopatológica com estudo imunohistoquímico confirmou o diagnóstico de sarcoma sinovial monofásico de cólon sigmóide.

DISCUSSÃO

A denominação SS é resultado da sua localização mais frequente (pararticular) e da semelhança microscópica com a sinóvia. Os estudos ultraestruturais e imunohistoquímicos revelam a origem epitelial desse tumor. Os sarcomas sinoviais representam 5-10% dos sarcomas de partes moles, sendo que a maioria deles acomete regiões das articulações dos membros inferiores de adultos jovens. Existem relatos de SS em sítios menos comuns, como cérebro, pescoço, cavidade peritoneal, esôfago, estômago, rins, retroperitonio, próstata, vulva, cólon, reto e até ossos. Os SS de partes moles são tumores agressivos, metastatizantes com recorrência local de cerca de 50% em 2 anos. Os de origem gastrointestinal têm melhor prognóstico, provavelmente devido ao padrão de crescimento exofítico e manifestação sintomática com diagnóstico precoce. Os sintomas dependem da localização do tumor e incluem disfagia, sangramento digestivo, mudança de hábito intestinal e massa abdominal palpável. O tratamento é cirúrgico com excisão completa da massa tumoral. A análise histopatológica é fundamental para o diagnóstico diferencial e guiar o melhor tratamento, uma vez que a quimioterapia para alguns subtipos específicos pode reduzir a recorrência e disseminação do tumor. Alguns pacientes podem se beneficiar de radioterapia adjuvante, entretanto os dados na literatura ainda são controversos, particularmente na localização apresentada pela paciente do caso exposto.

PALAVRAS CHAVE

Neoplasias do colo sigmoide, Sarcoma, Neoplasias Colorretais

Área

MISCELÂNEA

Instituições

Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - São Paulo - Brasil

Autores

CAMILA LIMA ALVES, MARLEY RIBEIRO FEITOSA, ROGÉRIO SERAFIM PARRA, ANTONIO BALESTRIM FILHO, DANIEL FERRACIOLI BRANDÃO, MARIANGELA OTTOBONI BRUNALDI, JOSÉ JOAQUIM RIBEIRO DA ROCHA, OMAR FÉRES