Dados do Trabalho


TÍTULO

ILEOSTOMIA FANTASMA: NOSSA EXPERIENCIA

OBJETIVO

Este estudo teve como objetivo avaliar o perfil dos pacientes que foram submetidos à Ileostomia Fantasma tanto em cirurgias eletivas como em cirurgias de urgência e sua evolução, assim como discorrer sobre a nossa experiência com este procedimento, desde janeiro de 2020 a maio de 2021.

MÉTODO

Este estudo foi realizado de forma retrospectiva, transversal, com coleta de dados a partir do prontuário. No período estudado nove (9) pacientes foram submetidos a este procedimento, com média de idade desses pacientes foi de 62,5anos, desses pacientes 22% foram submetidos a este procedimento em uma cirurgia de urgência pelo Pronto Socorro, a grande maioria foram pacientes eletivos.

RESULTADOS

Em nosso serviço, dentre os pacientes eletivos, 66% foram submetidos a Retossigmoidectomia videolaparoscópica com anastomose mecânica termino-terminal com grampeador circular, (4 devido ao diagnóstico de adenocarcinoma de reto e 2 devido endometriose profunda acometendo reto), com média da anastomose à 6cm da borda anal (3cm -11cm) e realizado reparo de alça de íleo com sonda de silicone à cerca de 40 cm da válvula ileocecal (20-50 cm). Entre todos os pacientes que foram submetidos a ileostomia fantasma, apenas 33% apresentaram fístula de anastomose e necessitaram de uma segunda abordagem com necessidade de ileostomia protetora, com média de tempo cirúrgico do segundo procedimento de 45 mim, porém, desses pacientes, dois foram à óbito. Com relação a internação, pacientes que não precisaram de conversão de ileostomia fantasma em ileostomia, tiveram média de 8 dias de internação e retirado a sonda da ileostomia no dia anterior à alta em leito, sem intercorrências.

CONCLUSÕES

Segundo a literatura, a incidência de fístula varia de 2,6% a 26,2%, com uma taxa de mortalidade variando de 25% a 37%. Devido a este fato, em pacientes com alto risco de fístula, há indicação de ileostomia protetora. Entretanto, embora seja um procedimento cirúrgico de baixo risco, carrega uma morbidade pós-operatória substancial que pode prejudicar a qualidade de vida. Assim, a ileostomia virtual ou fantasma é uma alternativa a este cenário, sendo confeccionada a partir de uma sonda reparando o íleo, e se necessário esse reparo é transformado em ileostomia protetora. Flor -Lorente et al (2018) em estudo retrospectivo, avaliou pacientes submetidos a ressecções retais com anastomose mecânica baixas com ileostomia fantasma no período de 1 ano, dentre esses pacientes, a ileostomia fantasma foi convertida em 8 pacientes (18,2%), evitando o estoma em 77,2% dos pacientes. Dessa forma, em nosso serviço, consideramos a Ileostomia Fantasma como uma alternativa segura e eficaz em detrimento à um estoma de desvio. Embora atualmente essa conduta não seja amplamente utilizada, poderá ter uma extensa aplicação na cirurgia laparoscópica. No entanto, outros estudos são necessários antes que recomendações formais sobre o uso de ileostomia fantasma possam ser feitas.

PALAVRAS CHAVE

Fístula de anastomose; Ileostomia Fantasma; Neoplasia colorretal

Área

MISCELÂNEA

Instituições

UNIFESP/EPM - São Paulo - Brasil

Autores

RAINA CATERINA COELHO ARRAIS, SARHAN SYDNEY SAAD, ELESIÁRIO MARQUES CAETANO JUNIOR, MARIANA ARAÚJO SANTOS