Dados do Trabalho


TÍTULO

ASSOCIAÇAO ENTRE ADENOCARCINOMA PRIMARIO E FISTULAS ANAIS: UMA REVISAO SISTEMATICA

OBJETIVO

Analisar os aspectos clínicos e fisiológicos do adenocarcinoma associado a fístulas anais (FA), seu tratamento e prognóstico a partir de uma revisão sistemática da literaturas vigente.

MÉTODO

Trata-se de uma revisão sistemática da literatura, utilizando-se das plataformas de busca Scielo, PubMed e BVS, com artigos selecionados publicados nos últimos 6 anos, empregando os descritores “Adenocarcinoma”, “Anal fistula” vinculados ao operador booleano “AND”. Após tal adição, encontrou-se 18 trabalhos elegíveis, excluindo trabalhos que tratavam de metástases implantadas em fístulas, que não abordassem adenocarcinoma ou publicados em línguas diferentes das previstas.

RESULTADOS

O Adenocarcinoma associada à Fístulas Anais constituí uma entidade rara e agressiva, representando de 3 a 6.9% dos casos de carcinoma do canal anal. Apresenta como fatores de risco o diabetes mellitus, doenças inflamatórias intestinas (DII), fístulas crônicas e carcinoma anal. Acomete principalmente homens nas 4° e 5° décadas de vida, afetando mais comumente os portadores da Doença de Crohn (DC), que possuem pior prognóstico. Para diferenciar os carcinomas originários de uma FA de metástases de um carcinoma anorretal implantado na fístula, pode-se citar: A FA antecedendo o adenocarcinoma em ao menos 10 anos, a abertura interna da fístula ser no canal anal e fora do tumor, e o único tumor presente no canal anal ser secundário ao carcinoma da FA. Contudo, houve casos na literatura que o adenocarcinoma evoluiu em menos de 10 anos. O quadro clínico possui curso indolente e semelhante a outras doenças benignas, porém pode-se observar secreção mucóide advinda da fístula, endurecimento e linfonodomegalias. O diagnóstico pode ser feito com ressonância magnética (RM) e múltiplas biópsias, mas a biópsia negativa não descarta o diagnóstico, pois o material coletado pode ser da própria fístula, sem conter parte do tumor. O uso da ultrassonografia endoanal foi estudada por Toyonaga, em 2017, como recurso importante na detecção do adenocarcinoma, diferenciando-o de patologias benignas e permitindo a realização de biópsias guiadas em pacientes sob anestesia. Estudos recomendam a realização periódica dos exames para investigação e diagnóstico precoce, sobretudo se há suspeita clínica com biópsia e outros exames negativos. Em geral, recomenda-se a quimiorradioterapia neoadjuvante seguida de uma abordagem cirúrgica agressiva, como a ressecção abdominoperineal, podendo-se utilizar de ressecções mais agressivas se necessário.

CONCLUSÕES

O Adenocarcinoma associado à Fístulas Anais é raro, agressivo e bastante associado à portadores de fístulas crônicas, sendo necessário realizar o seu diagnóstico o mais precocemente possível. Mesmo com as dificuldades no diagnóstico, pode-se utilizar exames rotineiros, como biópsias múltiplas guiadas ou não por ultrassom. Quanto ao tratamento, a quimiorradioterapia neoadjuvante seguida de uma ressecção extensa compõem a estratégia mais indicada.

PALAVRAS CHAVE

Adenocarcinoma, Fístula Retal

Área

DOENÇAS ORIFICIAIS

Instituições

Universidade de Fortaleza - Ceará - Brasil

Autores

BÁRBARA MATOS DE CARVALHO BORGES, IANA VITÓRIA ARAÚJO MARQUES, PEDRO AMORIM VIDAL, ENZO STUDART DE LUCENA FEITOSA, FÁBIO AUGUSTO XEREZ MOTA, GUSTAVO NEVES PINTO, GEORGE CAJAZEIRAS SILVEIRA FILHO, FRANCISCO JULIMAR CORREIA DE MENEZES