Dados do Trabalho

TÍTILO

CIRURGIA TRANSANAL (TAMIS) COM DAVINCI XI NO TRATAMENTO DE LESAO RETAL RECIDIVADA APOS ESD

INTRODUÇÃO

O aumento do percentual de casos de tumores colorretais diagnosticados precocemente vem de encontro ao melhor rastreamento realizado em pessoas a partir de 50 anos. Tal fato resulta em um desafio: o tratamento de lesões precoces do reto médio/baixo. Descrevemos técnica transanal com auxílio de plataforma robótica lara ressecção de adenoma recidivado em reto.

RELATO DE CASO

Paciente, sexo masculino, 68 anos, diabético e hipertenso, com IMC de 30Kg/m2, em acompanhamento de lesão retal recidivada após ressecção endoscópica de submucosa (ESD) em 2019 em outro serviço, com relatório descrevendo adenoma com displasia de baixo grau. Foi solicitada ecoendoscopia baixa, a qual mostrou espessamento na parede lateral direita do reto de cerca de 6 mm, com discreto borramento das camadas ecográficas, principalmente da mucosa e submucosa, numa extensão de até 4 cm, a cerca de 3,3mm do esfíncter anal interno, sendo a mucosa de aspecto irregular e viloso. Os fragmentos de biópsia identificaram adenoma tubuloviloso com displasia de alto grau. Ressonância nuclear magnética complementou a investigação, evidenciou apenas espessamento da parede posterior do reto, sem evidencia de linfonodos no mesorreto ou no compartimento lateral pélvico.
Optamos por abordagem cirúrgica minimamente invasiva transanal, um ano após ESD, para tratamento da recidiva de adenoma. Paciente em posicao de litotomia sob anestesia geral, locado aparelho GelPOINT e acoplado plataforma DaVinci XI, com três braços robóticos. Confecção de pneumorreto e ressecção de espessura total de lesão posterolateral direita de reto distal, a cerca de 5cm da borda anal. Fechamento contínuo com sutura ancorada do defeito com fio V-Loc, sob auxilio da ergonomia proporcionada pelo robô. O procedimento teve duração de 70minutos, sem intercorrências. O estudo completo da peça evidenciou adenoma tubuloviloso com displasia de alto grau, sendo 0,2cm a distancia da margem de ressecção lateral mais próxima.
Paciente recebeu alta após 48horas de internação, e permanece sem recidiva da lesão após 13 meses de seguimento.

DISCUSSÃO

Com maior diagnóstico de tumores retais precoces, as técnicas de ressecção local ganharam novo impulso. Além de permitir a realização do procedimento por método minimamente invasivo, ressecções com uso de TEO/TEM/TAMIS também garantem um espécime cirúrgico de qualidade, fator preditivo conhecido para melhores resultados oncológicos. Em associação à tecnologia robótica, diminuímos dificuldades técnicas relacionadas ao campo operatório restrito, viabilizando exposição adequada para dissecção e suturas.

PALAVRAS CHAVE

cirugia transanal minimamente invasiva, TAMIS, cirurgia colorretal robótica, cirurgia colorretal minimamente invasiva, tumores de reto