Dados do Trabalho


TÍTULO

ISOQUERCITINA COMO POTENCIAL MODULADOR DE VASH2 NO PROCESSO DE NEOANGIOGENESE NO CANCER COLORRETAL

OBJETIVO

A angiogênese se caracteriza como um complexo processo, essencial para a progressão do tumor. VASH2 é uma proteína pró-angiogênica, que atua contribuindo para a progressão tumoral, podendo ser alvo na terapia antiangiogênica quando bloqueada. Considerando a necessidade de terapias alternativas para o tratamento de neoplasias com menos efeitos colaterais, o objetivo deste trabalho é avaliar a isoquercetina (Q3G) quanto a sua ação antiangiogênica, relacionada à expressão de VASH2 em modelo de adenocarcinoma de cólon humano.

MÉTODO

Camundongos Balb-c/nu (n=14) foram divididos em controle, controle positivo (Bevacizumab) e terapia (Q3G) após xenoenxerto com células tumorais de adenocarcinoma de cólon humano HT-29 (CEUA # 001.05.12). O tratamento com Bevacizumab e Q3G foi realizado nos respectivos grupos após o tumor atingir 100mm³. Após eutanásia e ressecção, os tumores foram submetidos à coloração de Hematoxilina-eosina para análise histopatológica, contagem neovascular e análise imunohistoquímica de VASH2. Análises de fígado também foram feitas na busca de toxicidade hepática. Os resultados foram avaliados por programa SPSS, adotando-se p<0,05 para adoção da hipótese de nulidade e foram apresentados em forma de média +/- desvio padrão.

RESULTADOS

Análise histopatológica demonstrou presença de massa vascularizada no local do enxerto, com tecido esbranquiçado, ligeiramente lobulado, sugerindo adenocarcinoma, mais evidente em animais não tratados. Em animais tratados com Bevacizumab ou Q3G, houve redução de 50% do tamanho do tumor quando comparados aos não tratados. Tumores do grupo controle apresentaram média de volume (mm3) ao sétimo dia de 209,80 +/- 2,39, os tratados com Bevacizumab 78,95 +/- 5,25 e os tratados com Q3G 72,07 +/- 4,9 (p< 0.01). Os animais não tratados apresentaram maior número de vasos no tumor do que os grupos tratados com média de 43 (+/- 0,03) nos controles, 27,34 (+/- 0,13) nos tratados com Bevacizumab e 12,2 (+/- 0,037) nos tratados com Q3G. O controle apresentou mais vasos que o grupo Bevacizumab e Q3G (p< 0,05) e Q3G apresentou ainda menos vasos que Bevacizumab (p < 0.05). A expressão média imunohistoquímica de VASH2 no grupo controle foi 27,20 +/- 2,72, no Bevacizumab foi 14,39 +/- 1,47, no grupo tratado com Q3G foi de 18,31 +/- 1,28 (p< 0.05). Houve alteração da configuração vascular nos fígados dos animais que receberam Bevacizumab, distintamente daqueles tratados com Q3G e não tratados.

CONCLUSÕES

É possível considerar VASH2 como um alvo potencial da terapia antiangiogênica e Q3G como um agente que interfere na antiangiogênese no câncer colorretal. Q3G mostra ação antitumoral associada a diminuição da expressão de VASH2 e consequente redução do número de vasos sem ação tóxica ou interferência na vasculatura do fígado, com menos efeitos colaterais do que com uso de Bevacizumabe, tornando-se alternativa promissora no câncer colorretal.

PALAVRAS CHAVE

Câncer, VASH, angiogênese

Área

CÂNCER COLORRETAL

Instituições

UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO - São Paulo - Brasil

Autores

JÉSSICA KAORU YAMAMOTO PALMA, MAYCON GIOVANI SANTANA, GUILHERME DI CAMILO ORFALLI, MARIA JULIA PEREIRA FERREIRA, LUISA FORTI BUENO, LÍVIA MARIA FERREIRA DA SILVA, LEONARDO FRANCISCO MACIEL, DENISE GONÇALVES PRIOLLI