Dados do Trabalho


TÍTULO

MELANOMA DE CANAL ANAL: RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

O melanoma anal é uma neoplasia rara e frequentemente diagnosticada em estágios avançados. Representa menos de 1% de todos os melanomas e é responsável por 4% das neoplasias anais. Mesmo com tratamento cirúrgico agressivo, cerca de 80% dos pacientes morrerão em cinco anos com metástase a distância.

RELATO DE CASO

Paciente 79 anos, feminino, hipertensa, diabética, com queixa de hematoquezia há três semanas e perda ponderal não quantificada. Toque retal com tumoração em reto distal até canal anal, dolorosa, hipercrômica, localizada em parede lateral esquerda. Investigação inicial com colonoscopia evidenciou mácula enegrecida – realizada a biópsia; Submetida posteriormente à exames para estadiamento. Ressonância de pelve mostrou formação expansiva polipóide comprometendo mucosa e submucosa de reto inferior, medindo 2,5x2,5x2,7cm, sem sinais de invasão da muscular própria, com hiperssinal em T1 e hipossinal em T2, linfonodomegalia patológica perirretal baixa, média, interesfincteriana e pré-sacral – cerca de dez linfonodos. EDA evidenciou mácula enegrecida em corpo gástrico, submetida a biópsia. Anatomopatologia associada a Imuno-histoquímica concluíram tratar-se de melanoma maligno de canal anal. Atualmente, a paciente encontra-se em tratamento imunoterápico com Nivolumab e Ipilimumab.

DISCUSSÃO

O melanoma é uma neoplasia originada das células melanocíticas, predominantes na pele, porém pode acometer outras regiões de mucosa de forma primária. Trata-se de uma neoplasia rara e frequentemente diagnosticada em estágios avançados. O perfil epidemiológico da paciente encontra-se de acordo com o descrito na literatura, tendo média de idade em torno dos 70 anos e predominância no sexo feminino. Em geral, o quadro clínico apresenta-se com sangramento gastrointestinal, massa anorretal, proctalgia e/ou mudança no hábito intestinal. O diagnóstico é realizado através de anatomopatologia, podendo ser achado incidental de hemorroidectomias ou polipectomias. Lesão pigmentada é encontrada em 1/3 dos casos. No momento do diagnóstico, 60% apresentam-se com metástase linfonodal e 30% com metástase à distância. Para estadiamento utiliza-se classificação própria, subdividida em 3 estágios, a depender da extensão da doença. Estágio 1 para doença localizada, estágio 2 para presença de acometimento linfonodal e estágio 3 quando há metástase à distância. Portanto, é necessário um estudo completo, com exame físico, ultrassonografia endoscóspica, tomografia de tórax, abdome e pelve, além de PET-CT. O tratamento cirúrgico é baseado na excisão local ou ressecção completa (amputação retal), com margens livres. A adjuvância com radioterapia deve ser considerada nesse perfil de paciente. Para doenças metastáticas, o tratamento preconizado é baseado em quimioterapia ou imunoterapia. Nesses casos, melanomas de mucosa apresentam pior resposta à monoterapia, empregando-se a imunoterapia combinada de Nivolumab e Ipilimumab, sendo este o esquema terapêutico atualmente realizado no caso acima descrito.

PALAVRAS CHAVE

melanoma de mucosa; canal anal;

Área

CÂNCER COLORRETAL

Instituições

Hospital dos Servidores do Estado de Pernambuco - Pernambuco - Brasil

Autores

CAIO PORCIÚNCULA TEIXEIRA BASTO, PHABLLO RODRIGO SANTOS DE BRITO, MARCONI ROBERTO LEMOS MEIRA, ANTÔNIO LUCAS DAS MERCES FILHO, PATRÍCIA VIRGÍNIA BASTOS DE FIGUEIREDO, DANIEL CÂMARA ALHEIROS DE SOUZA, GABRIEL TAVARES XAVIER SIMPLICIO, OSCAR LUIZ BARRETO VIEIRA DA SILVA