Dados do Trabalho
TÍTULO
TRATAMENTO CIRURGICO DE FISTULAS ANORRETAIS EM SERVIÇO DE RESIDENCIA DE CIRURGIA GERAL
OBJETIVO
Levantamento de tratamentos cirúrgicos para correção de fístulas anorretais realizadas em um serviço de residência médica de cirurgia geral.
MÉTODO
Realizou-se um estudo retrospectivo com a análise de prontuários de pacientes que tiveram internamento para correção cirúrgica de fístula anorretais no período de 10 anos; entre abril de 2011 a junho de 2021. O levantamento foi feito pelo sistema de prontuário eletrônico, foram avaliados 73 pacientes operados no Hospital São Lucas em Cascavel no Paraná. Os pacientes eram provenientes do ambulatório de coloproctologia do serviço de residência de cirurgia geral ou referenciados de outros serviços das regionais de saúde. Após avaliação pela anamnese e exame físico era indicado procedimento cirúrgico, sendo solicitados exames pré-operatórios e em seguida encaminhados para procedimento. A operação foi realizada por médicos residentes do primeiro ou segundo ano sob orientação de três preceptores. As seguintes informações foram coletadas: idade; sexo; presença de fístulas complexas; recidivas; técnica cirúrgica utilizada e quantos tempos cirúrgicos foram necessários; histórico de parto vaginal pregresso; quantidade de procedimentos cirúrgicos a que cada paciente foi submetido; o número de casos com abscesso no pós-operatório; presença de manometria anorretal e colonoscopia pré-operatórias, assim como seus achados; bem como a observação da evolução dos pacientes e seus respectivos desfechos.
RESULTADOS
A média de idade dos pacientes foi de 46 anos (15 a 70 anos), sendo 60 pacientes do sexo masculino (82,1%). A principal técnica utilizada foi fistulectomia com colocação de Seton, utilizada em 62,5% das operações. A presença de fistulas complexas foi observada em 45,2% dos pacientes. No período avaliado foi evidenciado a recidiva e/ou a necessidade de mais um tempo cirúrgico em cerca de 34,2% dos pacientes, sendo em 76% desses, eram pacientes com fistulas complexas. Em relação a evolução pós-operatória com abcesso, esse achado foi evidenciado em 19,1% dos pacientes, sendo que 78,5% possuíam fistulas complexas na primeira abordagem. Mulheres que tiveram parto vaginal representam 30,7% das mulheres abordadas. Exames pré-operatórios foram solicitados de rotina em casos eletivos, sendo que 9,5% dos pacientes possuíam manometria anorretal e 34,2% possuíam colonoscopia já no pré-operatório. Outros 8,2% possuíam ecoendoanal caracterizando o trajeto da fístula. Todos os pacientes tiveram material enviado para análise anatomopatológica com 5,4% com achados sugestivos de Doença de Crohn.
CONCLUSÕES
A maioria dos pacientes submetidos a correção cirúrgica de fístulas anorretais foi do sexo masculino e o acometimento do esfíncter ocorreu na maioria das abordagens, sendo necessário a drenagem com Seton. A recidiva, evolução com abcesso ou a necessidade de troca do Seton foram o principais motivos para reabordagem.
PALAVRAS CHAVE
fístula anorretais, doença de crohn, doenças orificiais
Área
DOENÇAS ORIFICIAIS
Instituições
Hospital São Lucas - Paraná - Brasil
Autores
DORYANE MARIA DOS REIS LIMA, CARLOS EDUARDO ALVES GARCIA, ANNA THEREZA MROSK BIAVATI, GUSTAVO KURACHI, UNIVALDO ETSUO SAGAE