Dados do Trabalho
TÍTULO
TRATAMENTO CIRURGICO DA FISSURA ANAL: RESULTADOS DO SEGUIMENTO DE 34 PACIENTES EM LONGO PRAZO.
OBJETIVO
Apresentar os principais resultados a longo prazo encontrados no seguimento destes pacientes operados no Hospital das Clínicas de São Paulo (HCFMUSP), explicitando taxas de cura, persistência recidiva e complicações pós-operatórias.
MÉTODO
Estudo retrospectivo descritivo baseado na revisão de prontuários e base de dados físico e digital.
Critérios de inclusão: todos os pacientes com diagnóstico de fissura anal operados de Outubro de 2015 a Dezembro de 2020 pela equipe de Coloproctologia do HCFMUSP.
Critérios de exclusão: pacientes com seguimento de pós operatório inferior a 6 meses e pacientes operados com diagnóstico de fissura anal secundária a afecções infecciosas, neoplásicas, doença de Crohn ou trauma de repetição.
RESULTADOS
Obtivemos um seguimento clínico médio de pós operatório variando entre 6 meses e 5,6 anos, com uma média de 2 anos. Dos 34 pacientes operados, 30 (88%) alcançaram cicatrização completa da fissura anal em até 1 ano após a cirurgia. Dos 4 pacientes que apresentaram persistência/cicatrização incompleta, um evoluiu com a formação de sinus no local da fissura e após 2 anos da primeira cirurgia, foi realizado uma marsupialização do sinus, com boa evolução posterior; dois pacientes apresentaram cicatrização incompleta e formação de fístula, um de submucosa e o outro interesfinsteriana; o último paciente permaneceu com a fissura, tendo períodos de piora e melhora clínica e após 2 anos da primeira cirurgia, foi reoperado com uma nova esficterotomia lateral interna e fissurectomia. Esse foi o único caso de incontinência persistente, apesar de leve. A incontinência no pós operatório esteve presente, nalgum momento, em 6 pacientes (18%).Três pacientes, que já apresentavam incontinência no pré-operatório, evoluíram com melhora contínua dos escores de incontinência até a resolução completa ao fim do seguimento. Dois, que eram continentes no pré-operatório, iniciaram os sintomas leves poucos dias após o procedimento e apresentaram boa resposta ao tratamento clínico proposto com exercícios pélvicos, tratando-se de quadros transitórios. Dois pacientes evoluíram com infecção local no pós-operatório precoce, com boa resposta a antibioticoterapia via oral. Houve sete casos (21%) de recidiva de fissura anal após alcançado a cicatrização total. A média de tempo após a cirurgia inicial para o reaparecimento da nova fissura foi de aproximadamente 2 anos, tendo como período mínimo 10 meses e máximo de 3 anos e 10 meses. Apenas três casos foram de recidivas tardias (após 2 anos). Todas as recidivas apresentaram boa resposta ao tratamento clínico para fissura anal.
CONCLUSÕES
Na experiência da equipe a maioria dos pacientes apresentou sucesso no tratamento. Foi indicada reoperação em apenas quatro casos (11%), sendo que em apenas um, ainda há persistência da fissura anal (3%). Assim, atingimos 89% de cicatrização no primeiro procedimento e 97%, após o segundo, com taxa de 3% de incontinência anal leve, num acompanhamento médio de 2 anos.
PALAVRAS CHAVE
fissura anal, resultados, longo prazo,
Área
DOENÇAS ORIFICIAIS
Instituições
HCFMUSP - São Paulo - Brasil
Autores
CAROLINA REIS BONIZZIO, JOSE AMERICO BACCHI HORA, CARLOS WALTER SOBRADO JR, SÉRGIO CARLOS NAHAS