Dados do Trabalho


TÍTULO

E SEGURO A ETM COM INTERVALO DE TEMPO MAIOR QUE 20 SEMANAS POS-NEOADVUJANCIA?

OBJETIVO

Atualmente, é sabido que o tratamento multimodal do câncer de reto, envolvendo quimioterapia e radioterapia neoadjuvante seguida de retossigmoidectomia com excisão total do mesorreto (ETM) para respostas incompletas é considerado o padrão-ouro. Um período maior de intervalo entre o fim do tratamento neoadjuvante e a avaliação da resposta está associado ao aumento da possibilidade de resposta completa. Por outro lado, pode também estar associado a uma maior morbidade. Neste estudo, tivemos como objetivo investigar a hipótese de um aumento progressivo da morbidade cirúrgica relacionada a uma espera maior do que 20 semanas para a realização da ETM após quimiorradioterapia neoadjuvante.

MÉTODO

Comparamos entre junho de 2018 e junho de 2020, a morbidade pós-operatória entre pacientes com câncer de reto que foram submetidos a ETM num período menor do que 20 semanas (grupo 1) e maior do que 20 semanas (grupo 2) após a finalização da radioterapia neoadjuvante. Para tal, foram levados em consideração taxas de conversão de cirurgia laparoscópica para aberta, tempo de internação, número de pacientes com escores de Clavien-Dindo maiores que 3, reinternações e taxas de reoperação.

RESULTADOS

Foram inclusos no estudo 27 pacientes no grupo 1 e 44 no grupo 2. O tempo médio de intervalo entre o término da neoadjuvância e a cirurgia nos grupos 1 e 2 foi de, respectivamente, 17 (11-20) e 27 (21-80) semanas.
Não houve diferença significativa entre os grupos 1 e 2 quanto a taxa de conversão [4 (14.8%) e 5 (11.4%); p=0.9)], media de internação [6 (3-24) e 4 (2-110) dias; p=0.07], pacientes com escores de Clavien-Dindo [7 (25.9%) e 6 (13.6%); p=0.22], reinternações [3 (11.1%) e 8 (18.2%); p=0.51] e reoperações [3 (11.1%) e 5 (11.4%)].

CONCLUSÕES

Para pacientes com câncer de reto localmente avançado, um período de espera de 20 semanas ou mais, entre o termino da neoadjuvância e a ETM laparoscópica, pode ser considerado seguro, devido ao seu potencial beneficio oncológico, uma vez que não foi evidenciado aumento da morbidade cirúrgica neste estudo.

PALAVRAS CHAVE

ETM, CANCER RETO, NEOADJUVANCIA

Área

CÂNCER COLORRETAL

Instituições

HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN - São Paulo - Brasil

Autores

MARILIA MARCELINO, VICTOR EDMOND SEID, LUCAS SOARES GERBASI, MARLENY NOVAES FIGUEIREDO, RAFAEL VAZ PANDINI, ANA SARAH PORTILHO, RAFAELA DE SOUZA NOVO, SERGIO EDUARDO ALONSO ARAUJO