Dados do Trabalho
TÍTULO
TUMOR ESTROMAL GASTROINTESTINAL DE RETO: RELATO DE CASO
INTRODUÇÃO
Os tumores estromais gastrointestinais (GIST) são tumores mesenquimais raros. Eles representam 1% a 3% das neoplasias gastrointestinais. O GIST está localizado preferencialmente no estômago, seguido pelo intestino delgado. A localização retal é extremamente rara, representando 5% do GIST e apenas 0,1% dos tumores retais.
O tratamento mais efetivo é a ressecção completa do tumor em todos os órgãos, tornando-se mais difícil no reto devido as suas características anatômicas.
Vários estudos relataram a eficácia de terapia multimodal para o GIST retal, incluindo o mesilato de imatinibe (MI) perioeratório, cirurgia laparoscópica ou cirurgia com preservação do ânus com o objetivo de melhorar a qualidade de vida desses pacientes. Relatamos um caso de GIST no reto operado após realização de terapia neoadjuvante com MI com preservação do ânus.
RELATO DE CASO
Paciente, masculino, 30 anos, deu entrada no serviço de Coloproctologia da Santa Casa da Misericórdia de Fortaleza (SCMS) em julho de 2019 por quadro de constipação de evolução insidiosa associado a evacuações laboriosas, doloridas e em fita. Relata início dos sintomas em 2018 com a sensação de “massa no reto” e desconforto anal progressivo.
Os exames de imagem evidenciaram lesão expansiva acometendo reto médio e inferior sem linfonodomegalias e sem doença à distância. A colonoscopia demonstrou abaulamento importante no reto inferior sem violação da mucosa.
Com histopatológico e imuno histoquímica sugestivos de GIST, o paciente foi encaminhado à terapia neoadjuvante com MI sem resposta satisfatória após oito meses.
Com baixa resposta tumoral à neoadjuvância associado à persistência dos sintomas obstrutivos do tumor, optou-se pela cirurgia no dia 06/05/2020. Realizado retossigmoidectomia com anastomose colo-anal e preservação esfincteriana.
DISCUSSÃO
GISTs são as neoplasias mesenquimais mais comuns do trato gastrointestinal, sendo caracterizados pela proliferação de células fusiformes ou epitelioides.
Na imuno histoquímico são caracterizado pela positividade do marcador CD34, variando de 46% a 100%, e positividade para CD117 (c-kit) em todos os casos.
É difícil prever o grau de malignidade desses tumores, mas vários autores identificaram algumas características, como tamanho do tumor e atividade mitótica.
É geralmente aceito que a ressecção cirúrgica completa com margens tumorais negativas é o procedimento curativo para tumores primários e não metastáticos, principalmente nos de baixo risco.
Não há estudos demonstrando que a radioterapia e quimioterapia neoadjuvante ou adjuvante forneçam bons resultados. Entretanto, o MI (STI571 ou Gleevec) foi descrito com bons resultados como monoterapia para a tratamento de GIST metastático.
São necessários mais estudos a fim de determinar o tempo ideal para realização do Gleevec pré-operatório. É imprescindível uma avaliação local com ressonância magnética ou ultrassonografia endoanal tridimensional para determinar o grau de invasão tumoral e a cirurgia de melhor escolha para o paciente.
PALAVRAS CHAVE
Tumores estromais gastrointestinais; Mesilato de Imatinibe; Inibidores enzimáticos; célula estromal; Neoplasia gastrointestinal
Área
CÂNCER COLORRETAL
Instituições
SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE FORTALEZA - Ceará - Brasil
Autores
RAMIRO ROLIM NETO, NAYANNE DE AZEVEDO FROTA, GEORGE ANDRADE MARQUES, Ricardo Everton Dias MONT’ALVERNE , Benjamin RAMOS DE ANDRADE JUNIOR, ALISSON CORDEIRO MOREIRA, LIVIA BORGES OLINDA BATISTA, ADJRA DA SILVA VILARINHO