Dados do Trabalho
TÍTULO
ADENOCARCINOMA DE RETO COM METASTASE PENIANA: RELATO DE CASO
INTRODUÇÃO
O câncer colorretal é um dos mais comuns no mundo, sendo considerada uma das principais causas de mortes por câncer nos últimos anos. A presença de metástase, ainda que não seja mais considerada como uma condição incurável, continua sendo um fator que influencia na sobrevida. Os locais mais comuns de metástases estão relacionados à drenagem sanguínea dessa região pelo sistema portal, destacando-se o fígado e os pulmões. Apesar da vasta vascularização na região peniana, são raras as incidências de metástases no referido sítio, normalmente associadas com tumores genitourinários.
RELATO DE CASO
Paciente masculino de 47 anos, previamente tabagista e sem mais comorbidades, apresenta lesão em reto baixo, compatível com neoplasia. Biópsia de dezembro de 2015 demonstrou Adenocarcinoma tubular invasivo moderadamente diferenciado. Realizou tratamento neoadjuvante em abril de 2016. Exames de estadiamento realizados no mesmo período visualizaram nódulos pulmonares e hepáticos com características de metástases a distância. Realizada cirurgia de amputação abdominoperineal do reto em dezembro de 2016 e hepatectomia parcial para ressecção de lesões metastáticas em agosto de 2017. Ambas cirurgias com margens livres e satisfatórias, sem acometimento linfonodal. Em julho de 2019, fora realizada biópsia de nódulo em lobo inferior direito de pulmão, evidenciando tumor primário de pulmão não metastático. Também fora realizada biópsia de linfonodo subcarinal com achado compatível com sitio primário colorretal. Acordado com o paciente pela manutenção do tratamento paliativo com quimioterapia, além de seguimento clínico e radiológico. Em julho de 2020, referido paciente retorna com lesão ulcerada e indolor em base de glande. A biópsia evidenciou adenocarcinoma metastático de reto, sendo iniciado, novamente, quimioterapia. Apesar da evolução da doença, o paciente manteve-se assintomático e com os valores de CEA estáveis no período.
DISCUSSÃO
Metástases penianas são incomuns e estão relacionadas a tumores avançados. A maioria dos casos relatados na literatura apresenta sobrevida de menos de um ano. A clínica apresentada, geralmente, envolve lesões ulceradas em glande, associados a queixas de priapismo, hematúria, dor e retenção urinária. Os mecanismos que explicam a disseminação metastática do carcinoma retal para o pênis ainda não estão totalmente elucidados, mas a principal via considerada é a venosa, dada a comunicação entre o sistema venoso da região dorsal do pênis com o plexo venoso que drena os órgãos pélvicos. As vias linfáticas, arteriais, por contiguidade e por implantação secundária à instrumentação cirúrgica, também são aceitas. As opções terapêuticas disponibilizadas atualmente, consistem na excisão local, penectomia parcial ou completa, radioterapia, braquiterapia e a quimioterapia. No entanto, o resultado destas terapias em pacientes com câncer peniano secundário, geralmente são insatisfatórios, uma vez que é comum já apresentarem comprometimento no estado geral e doença disseminada.
PALAVRAS CHAVE
câncer colorretal, metástase
Área
CÂNCER COLORRETAL
Instituições
FAMERP - São Paulo - Brasil
Autores
GABRIEL BATISTA VARELA, ISABELA CRISTINA SANTIN, GUSTAVO COLOMBO CABRINI, LARISSA MARTINS OLIMPIO, LEONARDO VOLANTE ALMEIDA, LAURIE SAYURI KUMANO, LAURA FERREIRA MARTINEZ, JOÃO GOMES NETINHO