Dados do Trabalho


TÍTULO

CARCINOMA MEDULAR COLONICO COM ESTABILIDADE DE MICROSSATELITES: RELATO DE CASO E REVISAO DA LITERATURA

INTRODUÇÃO

O carcinoma medular colônico representa menos que 1% de todos os cânceres colorretais diagnosticados e 0,03% de todas as cirurgias para câncer colorretal esporádico. O maior estudo epidemiológico foi usando o banco de dados da SEER (Surveillance Epidemiology and End Results), identificando todos os casos diagnosticados entre 1973 e 2006 e a estatística mostrou que os carcinomas medulares representam apenas 5 a 8 casos para cada 10.000 cânceres de cólon diagnosticados.
A raridade desse tumor e suas particularidades de topografia, marcadores imuno-histoquímicos, epidemiologia e prognóstico em relação aos outros tumores de cólon motivaram a descrição desse relato de caso para que se torne de conhecimento mais amplo desde a suspeita até a confirmação diagnóstica.

RELATO DE CASO

Paciente feminina, 76 anos, branca, em investigação de diarréia, anemia e melena ha alguns meses. Previamente hipertensa, diabetica e dislipidemica. Durante a investigação do quadro foram realizados pesquisa de sangue ocultos nas fezes positivo, endoscopia digestiva alta e colonoscopia, na qual foi evidenciado lesão vegetante no ceco e realizado biópsia.
O anatomopatológico descreveu a lesão como um adenocarcinoma pouco diferenciado, invasivo e ulcerado. O material foi enviado para imuno-histoquímica com resultado de anticorpos CDX2; Calretinina e Ki67 positivos; compatíveis com carcinoma medular colônico. O valor do CEA (antígeno carcinoembriogênico) era de 1,08.
Tomografias de estadiamento foram realizadas, evidenciando apenas espessamento parietal do ceco com obliteração de gordura pericecal e linfonodos aumentados, sem imagem de metástase à distância.
A paciente foi submetida ao tratamento cirúrgico – colectomia direita aberta com anastomose. O diagnostico anatomopatológico da peça cirúrgica foi de um adenocarcinoma pouco diferenciado, tipo sólido, aspecto ulcero-infiltrativa, distando 2cm da válvula ileocecal, com estenose presente, infiltração ate tecido adiposo pericólico, índice de brotamento tumoral alto (Bd 3), com invasão venosa e linfovascular presentes e ausência de metástases em um total de 53 linfonodos examinados. A análise imuno-histoquímica mostrou estabilidade para microssatélites e anticorpos Calretinina e Ki67 positivos, compatíveis com carcinoma medular colônico.
Apesar de ser estadiado como IIA de alto risco, no seguimento pós operatório, foi optado por não realizar tratamento adjuvante pela Oncologia em conjunto com a paciente e familiares, considerando idade da mesma e cirurgia com ressecção a R0. A paciente mantém seguimento oncológico com exames de imagem, laboratoriais e consultas clínicas, sem sinais de recidiva da doença e sem intercorrências até o momento.

DISCUSSÃO

Em todos os relatos de caso revistos desse raro diagnostico, todos compartilham da mesma localização anatômica, epidemiologia, histologia, painel imuno-histoquímico e desfecho clínico, singularizando o nosso caso apresentado pela estabilidade de microssatélites.

PALAVRAS CHAVE

cancer colorretal; carcinoma medular colon, estabilidade de microssatélites, imuno-histoquimica

Área

CÂNCER COLORRETAL

Instituições

FAMERP - São Paulo - Brasil

Autores

GIOVANA DALMEDICO CASTRO, LAURA FERREIRA MARTINEZ, MARCELO MAIA CAIXETA DE MELO, JOAO GOMES NETINHO, LUIZA ROSSI PETTINELLI, DANIELA FERREIRA, GABRIEL BATISTA VARELA, ISABELA PEREIRA ALMEIDA DE JESUS