Dados do Trabalho


TÍTULO

IMPACTO DA IDADE NA QUALIDADE DE VIDA APOS CIRURGIA DE RESSECÇAO ANTERIOR PARA TUMOR DE RETO

OBJETIVO

O tumor de reto tem maior incidência em pacientes idosos (idade acima de 60 anos), no entanto, a partir da década de 1990, tem-se observado uma tendência de aumento do diagnóstico em pacientes jovens. O objetivo desse estudo é avaliar o impacto da idade na qualidade de vida dos pacientes diagnosticados com tumor de reto e submetidos a cirurgia pela técnica de ressecção anterior do reto (LAR). Como objetivo secundário, o presente estudo pretende avaliar a influência das diferentes variáveis na Saúde Global (SG) desse grupo de pacientes.

MÉTODO

O estudo foi realizado com aplicação de questionários de qualidade de vida (EORTC C30, CR29 e LARS escore) em pacientes submetidos à cirurgia de LAR para tratamento de tumor de reto, no período de 2009 a 2019, no hospital Felício Rocho. Também foram coletados dados demográficos dessa população por meio de questionário específico. Foram incluídos no estudo 169 pacientes, que foram divididos em dois grupos, um com idade inferior ou igual a 60 anos (G1) e outro com idade superior a 60 anos (G2).

RESULTADOS

Realizada comparação da incidência de LARS; escalas funcionais, sintomáticas e de SG do QLQ-30 e escalas funcionais do CR-29 dos dois grupos. Uma maior porcentagem do G1 apresentou LARS grave (53% vs 39%), porém sem significância estatística. Todas as escalas e SG foram semelhantes. Realizado então regressão linear uni e multivariada dentro de cada um dos grupos para avaliar a influência de algumas variáveis na SG. Após aplicação do modelo univariado: tabagismo e presença do LARS influenciam a SG apenas do G1, enquanto estado civil, radioterapia pré-operatória e dispneia influenciam a SG apenas do G2. As escalas físicas, papel social, emocional, cognitivo, fadiga, náusea ou vômito, dor, insônia, perda de apetite, diarreia, imagem e ansiedade influenciam a SG em ambos os grupos. Após análise multivariada: apenas escala social, náusea ou vômito e perda de apetite mostraram impacto na SG do G1, enquanto escala emocional, social e dor mostraram impacto na SG do G2. A escala social apresentou maior impacto na SG do G1.

CONCLUSÕES

Não houve diferença na qualidade de vida dos pacientes avaliados de acordo com a idade. Porém, observa-se impacto diferente das variáveis na SG dos dois grupos. Pacientes mais jovens possuem uma vida social mais ativa, o que justificaria o maior peso da função social em G1 e talvez o impacto emocional apenas em G2. Não houve diferença na incidência de LARS, porém a presença dessa síndrome mostrou influencia isolada na SG apenas de G1. Existem algumas hipóteses para menor influência da LARS nos idosos: vida social menos ativa e dismotilidade intestinal e pior função evacuatória prévias, com menor diferença de sintomas após a cirurgia. Portanto, é necessário adequada orientação do pacientes com tumor de reto e decisão compartilhada do tratamento. Para isso, pode-se utilizar escores pré operatórios (POLARS Score, por exemplo) ou avaliar necessidade de radioterapia e possibilidade de watch and wait individualmente.

PALAVRAS CHAVE

NEOPLASIA DE RETO, QUALIDADE DE VIDA, IDADE, CIRURGIA DE RESSECÇÃO ANTERIOR.

Área

CÂNCER COLORRETAL

Instituições

Hospital Felício Rocho - Minas Gerais - Brasil

Autores

JESSICA RODRIGUES GIRUNDI GUIMARAES, PAULO ROCHA FRANCA NETO, ANTONIO LACERDA FILHO, FABIO LOPES DE QUEIROZ, HELIDA ALINE TOMACHESKI AMARAL, THAIS ANDRESSA SILVA FAIER, JAIRO SEBASTIAN ASTUDILLO VELLEJO, MARCOS FIGUEIREDO COSTA