Dados do Trabalho


TÍTILO

TECNICA CIRURGICA ADEQUADA PARA A REALIZAÇAO DE UMA RESSECÇAO RADICAL LAPAROSCOPICA DE UMA RECIDIVA PELVICA LATERAL ACOMETENDO A FOSSA OBTURATORIA E O NERVO CIATICO

INTRODUÇÃO

O padrão da recidiva tumoral no câncer do reto tem se alterado ao longo dos anos com as mudanças do tratamento, migrando de uma recidiva lateral na pelve, mais comum no passado, para uma recidiva no tecido messoretal eventualmente não removido adequadamente. A recidiva pélvica lateral ainda que mais rara, é mais desafiadora, pois envolve estruturas da parede lateral da pelve como vasos e nervos. O tratamento curativo é a ressecção cirúrgica completa da lesão quando possível. O objetivo do vídeo a ser apresentado é descrever a técnica cirúrgica adequada para a realização de uma ressecção radical laparoscópica de uma recidiva pélvica lateral acometendo a fossa obturatoria e o nervo ciático, à direita. Através de uma dissecção cuidadosa, padronizada de acordo com planos anatômicos definidos, foi possível realizar a ressecção completa da lesão preservando o nervo ciático sem perda funcional.

RELATO DE CASO

Paciente de 56 anos, com histórico de adenocarcinoma de reto baixo estádio III em 2015. Recebeu tratamento nQRTx seguido de ressecção tumoral com EMT em 2016. Em 2020 RMN pélvica demostrando lesão tumoral recidivada em região pélvica com invasão tumoral em incisura isquiática direita. Em marco de 2020 foi submetido a novo abordagem. No vídeo apresentamos a realização de uma linfadenectomia lateral pélvica seletiva direita, onde o nervo hipogástrico direito e o ureter direito são reparados e identificados. Posteriormente e realizada a dissecção do peritônio sobre os vasos ilíacos externos e depois a dissecção ao longo da artéria umbilical obliterada, vesical superior e os ramos da artéria ilíaca interna. A fossa obturatória é dissecada com a identificação e preservação do nervo obturatório e ciático com posterior retirada do tecido linfoadiposo da região. Espaços avasculares foram identificados para a realização da linfadenectomia sem sangramento. Não houve complicações intra ou pos-operatoria, com perda sanguínea mínima. O analise anatomopatológico demostrou adenocarcinoma moderadamente diferenciado infiltrativo em fragmento de tecido fibroadiposo.

DISCUSSÃO

A sobrevida média após o diagnóstico de RLR sem tratamento é de 7 meses e a sobrevida em 5 anos é inferior a 5%, no entanto, a sobrevida global sob tratamento multidisciplinar pode chegar a 40%. Atualmente, o único tratamento curativo é a ressecção radical para obtenção da excisão completa (R0). Estudos demonstram que pacientes cuidadosamente selecionados com RLR ressecável não metastizado que receberam nRTx e ETM para o tumor primário, a sobrevida global é semelhante a pacientes que não receberam nRTx para o tumor primário. Em conclusão, a RLR do câncer retal é uma doença que pode ser tratável, sendo a cirurgião a única opção curativa, a qual é um desafio para os cirurgiões colorretais. Todos os pacientes com suspeita de RLC de câncer retal devem ser estudados, tratados e acompanhados em hospitais especializados por equipes multidisciplinares, com cirurgiões com experiencia nesse tipo de ressecções cirúrgicas.

PALAVRAS CHAVE

tumor de reto, linfadenectomia lateral pélvica, recidiva tumoral

Área

CÂNCER COLORRETAL

Instituições

Hospital Felicio Rocho - Minas Gerais - Brasil

Autores

DANIEL MAURICIO LONDONO, FABIO LOPES, PAULO ROCHA, ANTONIO LACERDA FILHO, HELIDA ALINE TOMACHESKI, JAIRO SEBASTIAN ASTUDILLO, MARCO FIGUEREIDO, PEDRO HENRIQUE TEODORO