Dados do Trabalho
TÍTILO
APLICAÇAO DA TECNICA DE LINFADENECTOMIA PELVICA LATERAL NO TRATAMENTO DE CANCER DE RETO LOCALMENTE AVANÇADO
INTRODUÇÃO
Tumores de reto apresentam metástase linfonodal em cerca de 9% casos e, quando localizados abaixo da reflexão peritoneal, essa taxa chega a 13%. Em tumores localmente avançados, por sua vez, ocorre acometimento dos linfonodos pélvicos em 15 a 20% dos casos. Um grupo de cirurgiões japoneses defendem a realização de linfadenectomia pélvica lateral de rotina para melhorar a taxa de controle local da doença. O presente vídeo tem como objetivo, padronizar a técnica de linfadenectomia pélvica lateral em paciente portador de neoplasia de reto inferior após neoadjuvância.
RELATO DE CASO
Paciente, sexo masculino, 49 anos, com queixa de hematoquezia e diagnóstico de adenocarcinoma de reto inferior. Ressonância de pelve evidenciou presença de lesão parietal no reto inferior e linfonodo suspeito em cadeia ilíaca esquerda com cerca de 9,3mm, configurando estadiamento T3bN2. Realizado tratamento neoadjuvante e, após 12 semanas, encaminhado para cirurgia. Realizada amputação abdominoperineal do reto videolaparoscopica. Na excisão total do mesorreto foram identificados linfonodos obturatórios esquerdo, onde foi optado por linfadenectomia pélvica lateral esquerda. Dissecção ao nível do ureter em direção a pelve expondo vasos ilíacos internos seguindo com dissecção até o forame obturatório, preservação do nervo obturatório, ligadura da artéria obturatória e linfadenectomia lateral. Ato cirúrgico sem intercorrências. Exame da peça cirúrgica: lesão ulcerada de 1,4 x 1,2cm, com margem distal de 6cm, e isolados 12 linfonodos. Achados de adenocarcinoma mucinoso do reto invasivo, pouco diferenciado, infiltrando até a subserosa. Linfonodos pélvicos livres de neoplasia. Encaminhado para oncologia para esquema de quimioterapia adjuvante.
DISCUSSÃO
A linfadenectomia pélvica lateral consiste na remoção de todo o tecido gorduroso e linfático entre o plexo lateral da parede pélvica e os tecidos que envolvem a artéria ilíaca comum, ilíaca interna e vasos obturadores. Estudos mostraram que linfonodos são considerados positivos, quando no eixo curto, pela ressonância, apresentam diâmetro > 5mm. A indicação da linfadenectomia pélvica lateral baseia-se nos valores encontrados na ressonância, sendo que os nódulos > 7mm, sem tratamento, e aqueles > 5mm pós terapia neoadjuvante, têm indicação cirúrgica. Estudo clínico randomizado realizado pelo Japanese Clinical Oncology Group, mostrou que os pacientes submetidos a excisão total do mesorreto associada a linfanectomia pélvica lateral apresentam uma taxa menor de recorrência local da doença nos cânceres de reto estádio II e III. Evidências atuais apoiam que a abordagem dos linfonodos pélvicos, após esquema de neoadjuvância, também está associado a redução da recorrência local da doença. O presente caso, ilustra a indicação de linfadenectomia pélvica lateral no câncer de reto inferior com suspeita de acometimento linfonodal, com objetivo de reduzir as taxas de recorrência da doença.
PALAVRAS CHAVE
Linfadenectomia pélvica lateral, câncer de reto localmente avançado
Área
CÂNCER COLORRETAL
Instituições
HOSPITAL FELÍCIO ROCHO - Minas Gerais - Brasil
Autores
PEDRO HENRIQUE TEODORO DA SILVA, FÁBIO LOPES DE QUEIROZ, PAULO ROCHA FRANÇA NETO, HELIDA ALINE TOMACHESKI AMARAL, DANIEL MAURICIO LONDONO ESTRADA, FREDERICO AUGUSTO MOREIRA COSTA, MARCO ANTONIO MIRANDA DOS SANTOS, JAIRO SEBASTIAN ASTUDILLO VALLEJO