Dados do Trabalho
TÍTULO
LINFOMA DIFUSO DE GRANDES CELULAS B LOCALIZADO NA PAPILA ILEAL
INTRODUÇÃO
Os linfomas de intestino grosso são raros, compreendendo 10-20% dos linfomas gastrointestinais e apenas 0,2-0,6% das malignidades do intestino grosso. Os autores apresentam um caso de linfoma difuso de grandes células B, do tipo centro germinativo, localizado em papila ileal, diagnosticado após ressecção cirúrgica.
RELATO DE CASO
Masculino, 77 anos. Há oito meses com alteração do hábito intestinal, associado a dor abdominal e emagrecimento de 10 kg. Realizou colonoscopia evidenciando lesão ulcero-infiltrativa subestenosante em íleo terminal e ceco, medindo 5 cm. A histologia demonstrou neoplasia maligna pouco diferenciada de alto grau com invasão da lâmina própria e submucosa. A tomografia mostrou espessamento concêntrico e irregular de paredes de íleo distal e ceco, com realce por contraste, extensão de 17 cm com linfonodos pericecais, fígado sem lesões sugestivas de metástase. Realizado em set/2020 laparotomia exploradora que evidenciou ausência de liquido livre, implantes hepáticos ou peritoneais. Tumor em íleo terminal e ceco com linfonodomegalia adjacente. Realizado hemicolectomia direita com anastomose grampeada L-L anisoperistáltica, recebendo alta no 7º PO. O estudo anatomopatológico e IHQ demonstrou linfoma difuso de grandes células B, CD 20 +, do tipo centro germinativo, localizado em papila ileal, com infiltração até a gordura subserosa, margens livres, comprometimento neoplásico em 4/42 linfonodos. Encaminhado para oncologia clinica para avaliar a necessidade de terapia adjuvante.
DISCUSSÃO
O linfoma é a 3ª neoplasia mais comum do intestino grosso, após o adenocarcinoma e tumores carcinoides. A maioria das lesões encontram-se no ceco e cólon ascendente, sendo a quantidade de tecido linfoide nessas regiões a provável causa. A incidência está entre os 50 e 70 anos, com leve predomínio no sexo masculino. Os sintomas mais comum são mudança do hábito intestinal, dor abdominal, sangramento retal e perda de peso. Podendo encontrar tumorações abdominais palpáveis em até 80% dos pacientes. A suboclusão, como vista no presente relato, é a complicação mais comum, ocorre em 20 a 25% do casos. O exame de imagem é útil no diagnóstico e estadiamento. A biópsia é essencial para definição do diagnóstico. No caso apresentado, a histologia realizada durante colonoscopia mostrou neoplasia maligna pouco diferenciada de alto grau histológico não definindo o diagnóstico, o mesmo só foi confirmado após análise da peça cirúrgica. Por fim, o tratamento inicial geralmente é cirúrgico, realizando-se a ressecção colônica, pois esta fornece informações prognósticas, evita complicações e permite em alguns casos a cura da doença. O uso da terapia adjuvante com quimioterápicos ainda não é bem estabelecido. No presente relato, foi optado por realizar terapia adjuvante com rituximab, ciclofosfamida, vincristina e eposide.
PALAVRAS CHAVE
Linfoma, neoplasia colorretais
Área
CÂNCER COLORRETAL
Instituições
HOSPITAL HELIOPÓLIS - São Paulo - Brasil
Autores
RAYSSA PRÁ BUSS, LEONARDO MACHADO DE OLIVEIRA, LIGIA DE OLIVEIRA RIBEIRO, MARIANA PINTO RIBEIRO, RAISSA JOSÉ DE FRANÇA CARVALHO, PRISCILA DA PAZ NEVES, GABRIEL ALVES CARRIÃO, IDBLAN CARVALHO DE ALBUQUERQUE