Dados do Trabalho


TÍTULO

ADENOCARCINOMA DE CANAL ANAL ASSOCIADO A UMA FISTULA COMPLEXA POS RECONSTRUÇAO DE TRANSITO INTESTINAL - RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

A incidência de câncer anal, anualmente, atinge os valores aproximados de 8300 casos, de acordo com estudos de 2019, representando apenas 3% de todos tumores malignos gastrointestinais. Os sintomas geralmente são discretos - anorexia, hemorroidas, sangramento retal, dor e prurido são as apresentações iniciais mais comuns da doença. O tipo histológico mais frequente de câncer anal é o de células escamosas, 93% estão associados ao HPV, tendo outras associações com HIV, imunossuprimidos, câncer de colo uterino, história de radiação pélvica ou retal. O tipo histológico de câncer varia de acordo com a localização anatômica. O canal anal geralmente se estende até 3,5 a 4cm da borda exterior do ânus, podendo ser classificado de duas maneiras, o canal anatômico - até 2cm da linha pectínea e o canal cirúrgico. A linha pectínea divide a drenagem linfática dos tumores, caso seja acima, drena para linfonodos ilíacos internos, caso o tumor se origine abaixo desta linha, a drenagem linfática tende a ser para linfonodos inguinais. Este relato de caso visa apresentar um tumor raro de canal anal associado a fístula complexa, com a necessidade de uma programação cirúrgica minuciosa.

RELATO DE CASO

Paciente do sexo masculino, 62 anos, hipertenso, com história de espondilite anquilosante. Com histórico de cirurgia de Hartmann há 20 anos por diverticulite complicada, ficou durante 20 anos com a colostomia, sendo tentado reconstruir o trânsito intestinal durante três vezes. Há um ano, a quarta tentativa de reconstrução foi bem sucedida, sendo acompanhado no ambulatório de cirurgia geral. O mesmo apresentou após seis meses da reconstrução na ressonância magnética uma coleção complexa alongada e lobulada perianal esquerda, com componente acima de músculos elevadores do ânus, na região perirretal com comunicação com o reto e estendendo-se inferiormente, transfixando o assoalho pélvico, junto à transição anorretal com outro orifício fistuloso de comunicação com canal anal até a pele com orifício de exteriorização cutânea no sulco interglúteo. Além da fístula complexa, o mesmo apresentou lesão compatível com adenocarcinoma de canal anal bem diferenciado, invasor e ulcerado.

DISCUSSÃO

O adenocarcinoma de canal anal representa 10% a 20% dos cânceres anais, secundado apenas pelo câncer de células escamosas, sendo mais agressivo que o último. Pela origem ser de glândulas celulares presentes próximas à linha pectínea, muitas vezes torna-se difícil distinguir se a lesão neoplásica tem origem retal ou anal, por conta disso maioria desses tipos de câncer são considerados retais que se espalharam distalmente, sendo que a distinção é feita localizando o centro do tumor, caso estando 2cm ou mais proximalmente ao anel anorretal, é considerado um câncer de reto, caso o centro da lesão seja 2 cm ou menos da linha pectínea, é considerado câncer de canal anal. Neste trabalho apresentamos um caso raro de neoplasia associado à uma fístula complexa.

PALAVRAS CHAVE

adenocarcinoma, ânus, canal anal, neoplasia, câncer, câncer anal

Área

CÂNCER COLORRETAL

Instituições

Hospital Santa Casa de Curitiba - Paraná - Brasil

Autores

DANIELA THAÍS LORENZI, LUCIANA CLIVATTI, VICTOR HUGO GRANELLA, FELIPE NOGUEIRA CLEMENTONI, JOSÉ SAMPAIO NETO, HERICK MUNIZ SOARES