Dados do Trabalho


TÍTULO

COLITE AGUDA NA INFANCIA, DESAFIO NA ABORDAGEM: RELATO DE CASO E REVISAO DE LITERATURA

INTRODUÇÃO

A elevada prevalência das doenças infecciosas em Pediatria nas décadas passadas se converteu na frequência das doenças autoimunes que cada vez mais estão presentes nessa faixa etária. (1,2,12) As doenças inflamatórias intestinais (DII) são doenças crônicas comuns e com maior impacto na gastroenterologia pediátrica. A retocolite ulcerativa e a doença de Crohn podem se apresentar antes dos 20 anos em 25% a 30% de todos os pacientes com DII.(3,4,5,12) O tratamento deve ser individualizado e os principais desafios são a indução e manutenção da remissão da doença, associado ao crescimento, à nutrição e aos aspectos psicológicos (7,9,12).

RELATO DE CASO

Masculino,14 anos, dor abdominal em hipogástrio há 6 dias, com diarreia, vômitos, inapetência e prostração. Aventada hipótese de apendicite aguda foi submetido a apendicectomia videolaparoscópica com achado de cólon direito de aspecto inflamatório e com múltiplas aderências à parede abdominal. Evoluiu com enterorragia no 7º pós operatório sendo iniciado tratamento com corticoterapia em altas doses, derivados 5ASA seguido de anti TNF, porém sem resposta a nenhum destes agentes, com necessidade de abordagem cirúrgica (colectomia total e ileorreto anastomose) após 30 dias. Peça cirúrgica com aspecto de colite crônica acentuada com múltiplos focos de ulcerações e pseudopólipos numerosos. Teve boa evolução pós-operatória e segue em acompanhamento ambulatorial com uso de anti-TNF.

DISCUSSÃO

A retocolite ulcerativa é mais comum que a Doença de Crohn entre os pré-escolares tendo o curso clínico mais agressivo na faixa pediátrica, aumentando proporcionalmente a morbidade à medida que a idade de início é mais precoce, com necessidade, por vezes, de intervenção cirúrgica.(6,8,10). Os riscos e benefícios de uma terapia mais agressiva para DII em pediatria ainda não são claros. No entanto, o estado de imaturidade do sistema imunológico, o crescimento, a suscetibilidade a diferentes neoplasias como o linfoma, devem ser analisados para determinar a melhor conduta (11,12). O tratamento medicamentoso para DII pediátrica apresenta atualmente várias alternativas seguras, visando indução e manutenção da remissão clínica, laboratorial e endoscópica, garantindo melhora na qualidade de vida destes pacientes e um adequado crescimento e desenvolvimento. Importante que o tratamento seja individualizado e ininterrupto.

PALAVRAS CHAVE

colite, infância, retocolite, Crohn

Área

DOENÇAS INFLAMATÓRIAS DO INTESTINO

Instituições

faculdade de medicina do ABC - São Paulo - Brasil

Autores

JULIANA GIANGIARDI BATISTA, SANDRA DI FELICE BORATTO, FLAVIA BALSAMO, SERGIO HENRIQUE COUTO HORTA, ALINE ZARA, GUILHERME GARCIA HUDARI, AMANDA VITIELLO PEREIRA BROSCO, MARCELLA CONZ RODRIGUES