Dados do Trabalho
TÍTULO
ABDOME AGUDO OBSTRUTIVO EM ALÇA FECHADA POR HERNIA PARACOLOSTOMICA E TUMOR DE ANGULO HEPATICO: UM RELATO DE CASO
INTRODUÇÃO
As hérnias paraestomais, assim como os tumores metacrônicos são patologias consideradas comuns e bem estabelecidas. Em sua maioria, as hérnias paraestomais são oligossintomática, com indicação cirúrgica apenas em caso de complicações. No presente relato trazemos uma paciente com uma apresentação incomum de duas patologias relativamente comuns em associação, resultando em evolução desfavorável do quadro.
RELATO DE CASO
M.A.L, feminino, 79 anos, com história Retossigmoidectomia a Hartmann por de adenocarcinoma de reto e tratamento oncológico em outra instituição há 7 anos, em planejamento de reconstrução do trânsito intestinal. Deu entrada com dor abdominal, vômitos, parada da eliminação de gases e fezes, hipotensa e taquicárdica após uso de manitol via oral para preparo de cólon para colonoscopia ambulatorial. Abdome distendido, difusamente doloroso, com volumosa hérnia paraestomal irredutível. Os exames apresentavam leucocitose com desvio a esquerda (bastões 35%) e acidose metabólica, raio-X de abdome com pneumoperitônio volumoso.
Após rápida estabilização foi realizada laparotomia exploradora com identificação de grande quantidade de fezes; volumosa hérnia paracolostômica estrangulada de cólon transverso e descendente, com pontos de necrose e duas perfurações; tumoração em ângulo hepático, perfurada e parcialmente bloqueada; nódulo esplênico palpável. Optou-se por colectomia total e ressecção incompleta do tumor aderido ao fígado, reparo primário da hérnia, lavagem da cavidade e ileostomia terminal. Realizou pós-operatório em UTI, evoluindo com choque séptico refratário à todas as medidas clínicas instituídas e óbito no 9º pós-operatório.
DISCUSSÃO
A hérnia paracolostômica (PHS) é uma complicação frequente, geralmente oligossintomáticas podendo complicar com encarceramento ou estrangulamento. A PHS tem fatores de risco relacionados a cirurgia (abertura ampla na aponeurose, posicionamento do estoma em parede desnervada ou enfraquecida) e ao paciente (idade avançada e antecedente de neoplasia, como neste caso). O diagnóstico é basicamente clínico e pode ser complementado com métodos de imagem, sendo a Tomografia Computadorizada o padrão-ouro. As indicações cirúrgicas para a PHS são limitadas aos casos com sintomas ou complicações como encarceramento, estrangulamento ou perfuração, presentes em 30% dos pacientes, assim como no caso relatado. Além disto, paciente apresentava um tumor metacrônico intestinal. Estes são aqueles que reincidem no mesmo órgão após o tempo de cura da neoplasia e possuem uma incidência de cerca de 0,1-3,6% no câncer colorretal. Estes dois fatores, juntamente com a distensão colônica causada pelo manitol resultaram na rara apresentação descrita e no mau prognóstico frente a gravidade do quadro.
PALAVRAS CHAVE
hérnia paraestomal, neoplasia metacrônica, abdome agudo obstrutivo
Área
MISCELÂNEA
Instituições
Hospital Regional de Presidente Prudente - São Paulo - Brasil
Autores
ARYSSA ANIELLI SAKAI, HELEN BRAMBILA JORGE PAREJA, BENY GOULART DIAS DE CASTRO, PEDRO AUGUSTO DE ASSIS GOES, BRUNA RIBEIRO LAZARI, ALESSANDRO LUIZ GONÇALVES, TATIANA JAQUELINE CEOLATO PELISSON, MILTON MENDES CATTINI