Dados do Trabalho
TÍTILO
REABAIXAMENTO DE COLON VLP PARA CORREÇAO DE FISTULA RETOVAGINAL ALTA APOS EXENTERAÇAO PELVICA POSTERIOR VLP POS TERAPIA NEOADJUVANTE TOTAL
INTRODUÇÃO
A fístula retovaginal (FRV) tem inúmeras etiologias, complexidade e deve ser tratada de forma individualizada. As fístulas decorrentes após radioterapia ou ressecção anterior do reto com anastomose colorretal costumam ser de difícil tratamento, devido as suas características, em geral a abordagem via abdominal é necessária para seu tratamento. Este vídeo tem o intuito de demonstrar o sucesso de um reabaixamento de colon após retossigmoidectomia com excisão total do mesorreto, histerectomia total, salpingooforectomia bilateral, anastomose colorretal grampeada e ileostomia de proteção por videolaparoscopia, pós terapia neoadjuvante total com radioterapia de curso curto.
RELATO DE CASO
Paciente S.D.M. 67 anos, feminino com diagnóstico de adenocarcinoma de reto localmente avançado T4(útero) N+M1 suspeito (ovário). Realizou esquema de neoadjuvância total com 8 ciclos de Folfox associado a radioterapia de curso curto entre 16 a 20 de setembro de 2019. Operada em 07/02/2020 retossigmoidectomia com excisão total do mesorreto, histerectomia total, salpingooforectomia bilateral, anastomose colorretal grampeada e ileostomia de proteção por videolaparoscopia. AP ypT4N1b(02/20) M0. Evoluiu com fistula retovaginal alta no pós-operatório e foi realizado tratamento cirúrgico da FRV no dia 22/12/2020 com o reabaixamento do cólon descendente, desfeito a fístula, rafia da parede vaginal, e nova anastomose colorretal grampeada T-T ao nível do canal anal. Após exames de enema opaco e toque retal comprovando fechamento da FRV e integridade da anastomose teve sua ileostomia de proteção fechada dia 10/05/2021 sem intercorrência. Segue livre de doença e sem queixas funcionais.
DISCUSSÃO
O vídeo demonstra com detalhes um caso de sucesso para o tratamento da fístula retovaginal com a técnica de reabaixamento de colon e nova anastomose coloanal grampeada, um detalhe técnico seria a confecção de uma anastomose coloanal manual, porém o coto de reto remanescente após dissecção do assoalho pélvico permitiu o uso do grampeador circular novamente facilitando o procedimento. Outro detalhe bem evidenciado no vídeo é o grau de fibrose dos tecidos adjacentes a FRV que causam dificuldade na dissecção.
De acordo com os resultados da literatura a eficácia da via abdominal para correrão da FRV pode atingir taxas de sucesso de até 75% a 95%, o que faz dessa técnica uma ótima alternativa e tecnicamente factível por laparoscopia em mãos de cirurgiões experientes. Paciente pôde ficar livre do estoma e manter a função anorretal preservada garantindo o sucesso do tratamento oncológico, anatômico e funcional
PALAVRAS CHAVE
Cancer colooretal, fístula retovaginal, reabaixamento de colon, neoadjuvância total
Área
CÂNCER COLORRETAL
Instituições
Hospital Israelita Albert Einstein - São Paulo - Brasil
Autores
RAFAEL VAZ PANDINI, VICTOR EDMOND SEID, LUCAS SOARES GERBASI, FRANCISCO TUSTUMI, MARLENY NOVAES FIGUEIREDO, RAFAELA NOVO, MARILIA MARCELINO, SERGIO EDUARDO ALONSO ARAÚJO