Dados do Trabalho


TÍTULO

ADENOCARCINOMA DE COLON E LINFOMA SINCRONICOS: DUPLO RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

As neoplasias de cólon são de grande relevância na prática médica, considerando o aumento progressivo na sua incidência: o risco ao longo da vida de câncer de cólon (CCR) na América é de aproximadamente 1 em 17, sendo mais frequente em homens. Diante de um adenocarcinoma colorretal devemos sempre investigar a existência de um tumor sincrônico. Nos dois casos apresentados nos deparamos com adenocarcionomas de cólon simultâneos a linfomas.

RELATO DE CASO

Caso 1: NLC, 69 anos, feminino, previamente hígida até janeiro/2021. Desde fevereiro evoluiu com sintomas constitucionais, inapetência, aumento de volume abdominal e sintomas B, com perda de 10kg em 3 meses. Submetida a retossigmoidectomia e biópsia de linfonodo retroperitoneal compatíveis com adenocarcinoma em ceco e retossigmoide tipo úlceroinfiltrativo e linfoma de Burkitt, sem associação com HIV, sendo este considerado urgência oncológica pela compressão de vias biliares. Fez uso de alopurinol como profilaxia de lise tumoral. Caso 2: JFL, 77 anos, masculino, relata presença de sangue nas fezes há alguns anos. Evoluiu com constipação intestinal crônica. Submetido a enterocolostimia de urgência em agosto/2020, posteriormente a linfadencetomia retroperitoneal, colectomia parcial em colostomia e enterectomia segmentar também em agosto/2020 e retossigmoidectomia à Hartamnn na urgência em setembro/2020. Durante a propedêutica evidenciou-se adenocarcinoma de ceco e retossigmoide tipo úlceroinfiltrativo em estágio avançado, supra e infradiafragmático, e linfoma do manto em duas biópsias diferentes.

DISCUSSÃO

O CCR é o segundo tipo mais frequente entre as mulheres e o terceiro entre os homens e 95% são representados pelos adenocarcinomas. Os sintomas mais frequentes incluem dor abdominal, mudança nos hábitos intestinais, hematoquezia ou melena, fraqueza ou mal-estar e perda de peso involuntária. Lesões sincrônicas aparecem em menos de 3% dos casos. Os linfomas não-Hodgkin (LNHs) constituem grupo heterogêneo de neoplasias originadas de linfócitos T ou B, sendo sua classificação histológica complexa. Os linfomas de células do manto são neoplasias linfoides mais frequentes em homens, usualmente disseminadas ao diagnóstico, que representam aproximadamente 6% dos LNHs. Em relação ao linfoma de Burkitt, seus sintomas podem incluir dor abdominal, vômitos, obstrução intestinal, sangramento gastrointestinal ou síndromes que mimetizam apendicite aguda ou intussuscepções. Apresentam crescimento elevado, sendo capazes de dobrar de tamanho em 25 horas. Assim, abordagens quimioterápicas de curta duração, com regimes intensivos que minimizam os intervalos entre as aplicações apresentam grande eficácia no tratamento da doença. Em relação a lise celular, a hiperuricemia inicia-se 48 a 72h após a quimioterapia pelo aumento do catabolismo de ácidos nucléicos e liberação de metabólitos da purina. Nesse contexto, o alopurinol impede a formação de ácido úrico. Exalta-se a importância do rastreamento de tumores síncronos.

PALAVRAS CHAVE

câncer colorretal; adenocarcinoma de cólon; linfoma

Área

CÂNCER COLORRETAL

Instituições

Universidade Federal de São João del-Rei - Minas Gerais - Brasil

Autores

INGRID MORSELLI SANTOS, GUSTAVO FELIPE RIBEIRO ASSIS, FÁBIO HENRIQUE DE OLIVEIRA, FERNANDA ELIAS FERREIRA RABELO