Dados do Trabalho

TÍTULO

CAMPANHA CONTRA O CANCER DO INTESTINO 2019 : RESULTADOS DO MUTIRAO DE COLONOSCOPIAS DA NOVA RESIDENCIA EM COLOPROCTOLOGIA DE JOAO PESSOA-PB

OBJETIVO

Apresentar os resultados obtidos com a realização do 1º Mutirão de Colonoscopias da nova Residência Médica em Coloproctologia do Hospital Municipal Santa Isabel (HMSI) de João Pessoa-PB , ocorrido dentro do plano de ações para conscientização sobre a importância da colonoscopia , durante a Campanha de Prevenção contra o Câncer Colorretal em 2019.

MÉTODO

Trata-se de estudo transversal descritivo. 120 pacientes sequenciais da fila da Regulação Municipal do SUS foram agendados para colonoscopia ambulatorial em 3 dias e preparados com Picoprep (Ferring) , em protocolo institucional. Critérios de exclusão foram : crianças e pacientes ASA 3 ou 4. O projeto envolveu parceria público-privada , com suporte da Roche e Endovídeo Diagnósticos e recursos humanos da Secretaria Municipal de Saúde de João pessoa-PB e HMSI .

RESULTADOS

A taxa de absenteísmo foi de 20% , tendo sido realizados 96 exames , em 64 mulheres e 32 homens , com idade média de 62,4 anos. Apenas 2 exames foram parciais ( não entubaram o ceco) e apenas 1 paciente necessitou de novo preparo para repetir exame, devido a preparo inadequado. Não houveram eventos adversos/ complicações .
A taxa geral de detecção de pólipos foi de 29,1% (28 pacientes). Foram detectados adenomas em 15 pacientes (15,6%). Destes , 01 tinha histologia túbulo-vilosa e 14 eram tubulares com displasia de baixo grau. A localização mais comum dos adenomas foi no colon sigmóide . Entre os pacientes com adenomas , 04 necessitaram de uma posterior colonoscopia para ressecção dos pólipos (>1cm), mas devido à pandemia , apenas um deles foi efetivamente ressecado até o momento .Treze pacientes apresentavam apenas pólipos hiperplásicos e 04 apresentavam , concomitantemente , adenoma tubular com displasia de baixo grau e pólipo hiperplásico. Os hiperplásicos foram mais comuns no reto e ascendente .
Uma paciente (1,04%) apresentava adenocarcinoma de sigmóide sub-oclusivo , sendo operada no HMSI e outra paciente apresentava tumor neuroendócrino , com investigação e terapêutica conduzidas pelo Hospital do Câncer. Em dezessete pacientes (17,7%) foram encontrados divertículos colônicos . 4,1% da amostra apresentou histologia de colites/retites crônicas inespecíficas .

CONCLUSÕES

O mutirão de colonoscopias somou tentativa de alívio da fila do SUS , agilizando-a , beneficiando pacientes com encaminhamentos preventivos e terapêuticos relacionados ao câncer e foi crucial ferramenta de conscientização da importância desse exame nas ações de Prevenção do Câncer do Intestino . Possibilitou o diagnóstico das demais lesões colorretais prevalentes , permitindo verificar perfil epidemiológico regional. Benefício na prevenção do câncer é melhor obtido quando a colonoscopia faz parte de um programa de rastreamento populacional e os dados do mutirão serão utilizados na estratégia . A inauguração do novo Centro de Endoscopia da Residência em Coloproctologia , permitirá a implantação de uma futura ação , focada em rastreamento, no período pós pandemia.

PALAVRAS CHAVE

mutirão ; colonoscopia; prevenção do câncer colorretal