Dados do Trabalho
TÍTULO
RECONSTRUÇAO PERINEAL APOS EXCISAO ANAL DE CARCINOMA ESPINOCELULAR: RELATO DE CASO.
INTRODUÇÃO
a quimiorradiação exclusiva é o tratamento padrão do câncer anal. A abordagem cirúrgica, atualmente menos frequente, pode ser realizada através da amputação abdominoperineal do reto (APR) ou da excisão local (EL). A EL é reservada para tumores com até 2 cm de diâmetro e bem diferenciados. Apesar de menos mórbida que a APR, a técnica exige a reconstrução do defeito perineal resultante. O objetivo do presente estudo é relatar um caso de carcinoma espinocelular submetido a excisão anal ampla e discutir a técnica de reconstrução perineal com preservação da função evacuatória
RELATO DE CASO
Paciente de 64 anos, feminina, há 8 meses com lesão anal de crescimento lento e progressivo, associada a prurido anal e desconforto local. O exame proctológico evidenciou lesão verrucosa de borda anal, circunferencial e que não invadia planos profundos. A biópsia da lesão revelou carcinoma de células escamosas in situ. O estadiamento oncológico não evidenciou invasão local ou lesões metastáticas. A paciente foi encaminhada para tratamento cirúrgico, onde foi realizada exérese de toda a borda anal com margem de 2cm. Para o fechamento da área cruenta, optou-se pelo uso duplo retalho em V-Y. O anátomo patológico demonstrou um carcinoma in situ, sem invasão estromal. Não houve complicações pós-operatórias. Encontra-se no nono mês de seguimento oncológico, com função evacuatória preservada e sem sinais de recidiva
DISCUSSÃO
Os tumores perianais podem ser removidos por EL, particularmente se menores que 2cm (T1), no entanto a técnica pode ser utilizada para lesões até 5cm (T2), desde que não haja invasão do plano muscular esfincteriano. Lesões circunferenciais representam um desafio técnico importante, uma vez que a exérese completa envolve a remoção de toda a pele perianal e separação do canal anal. Nesses casos, o uso do retalho em V-Y duplo, pode cobrir a área cruenta satisfatoriamente. Um detalhe técnico importante é a necessidade de boa dissecção para que o retalho alcance a área desejada, livre de tensão. A colostomia clínica ( dieta parenteral e uso da loperamida, a fim de retardar o trânsito intestinal) pode ser utilizada para garantir a viabilidade dos retalhos. No caso em questão, a EL foi suficiente para a remoção completa da neoplasia e não houve necessidade de tratamento complementar. Por sua vez, a reconstrução em V-Y promoveu bom fechamento da área cruenta, com preservação anatômica e funcional.
PALAVRAS CHAVE
Excisão local,reconstrução,
Área
CÂNCER COLORRETAL
Instituições
Hospital Das Clínicas De Ribeirão Preto - São Paulo - Brasil
Autores
OMAR FERES FILHO, MARLEY RIBEIRO FEITOSA , MARIA JULIA SEGANTINI, JULIANA RAMPAZZO BUEMERAD, ANTONIO BALESTRIM FILHO, ROGÉRIO SERAFIM PARRA , JOSÉ JOAQUIM RIBEIRO DA ROCHA , OMAR FÉRES