Dados do Trabalho


TÍTULO

TUMOR GIGANTE DE FOSSA ISQUIO-RETAL

INTRODUÇÃO

A grande maioria das neoplasias localizadas na fossa ísquio-retal ocorrem devido a invasão de tumores adjacentes (próstata, ânus, reto ou osso pélvico). As neoplasias primárias dessa região são tumores incomuns. Caracteristicamente, tumores da fossa ísquio-retal são heterogêneos e têm maior probabilidade de serem malignos que os tumores os tumores pré-sacrais. Apresentam-se como massa perineal, glútea ou labial que podem cursar com compressão do reto e órgãos urológicos ou genitais, causando sintomas de constipação, disúria ou dor perineal. Infecção e transformação maligna podem ocorrer como complicações de tais tumores.
O cisto epidermoide ocorre em pacientes de qualquer idade, são benignos e podem acometer qualquer região do corpo, inclusive na fossa ísquio-retal. São considerados cistos congênitos, ocorrem devido implantação traumática do epitélio ou aprisionamento de resto epitelial durante a fusão embrionária.

RELATO DE CASO

Paciente E.V.P., 21 anos, sexo masculino, brasileiro, queixa de que há um ano apresentava nodulação em nádega, e que havia aumentado de tamanho, com dor local, especialmente quando permanecia sentado. Ao exame físico, apresentava-se com volumosa massa em glúteo esquerdo que desviava a linha interglútea para o lado contralateral, sem sinais flogísticos importantes. Solicitada ressonância magnética de pelve que mostrou formação cística heterogênea na fossa ísquio-retal esquerda, de paredes finas, com 12,5 x 6,6 x 7,7 cm, de natureza indeterminada.
Optado pelo tratamento cirúrgico que ocorreu no mês de Março de 2020 através de abordagem posterior. Procedimento sem intercorrências, cisto retirado integralmente e sem ruptura de sua cápsula. Paciente evoluiu bem, recebendo alta no segundo dia de pós operatório. Retorna em consulta no 13º dia de pós operatório, sem queixas e em bom estado geral, apresentando ferida operatória cicatrizada. Traz resultado da biópsia que mostrou tratar-se de cisto epidermóide.

DISCUSSÃO

Tumores da fossa ísquio-retal, por serem raros, apresentam diagnóstico difícil de ser realizado. Além disso, existe uma grande variedade de doenças que podem atingir a região. A ressonância nuclear magnética é o exame mais indicado para a avaliação de tais lesões, auxiliando na determinação do tamanho do tumor e a relação que o mesmo apresenta com estruturas adjacentes, o que por sua vez auxilia no planejamento cirúrgico. O diagnóstico histológico dos tumores da fossa ísquio-retal depende da sua origem: podem ser congênitos, adquiridos ou neoplásicos. O diagnóstico definitivo só pode ocorrer com ressecção completa do tumor e seu subsequente estudo patológico.
A ressecção de lesões ou tumores ísquio-retais é particularmente desafiadora por inúmeros motivos: seja pelas estruturas adjacentes que devem ser preservadas para evitar perda de função (como os esfíncteres anais), seja pela dificuldade de acesso para ressecção das lesões. Até o momento, considera-se a a abordagem posterior mais segura para ressecção de tumores da fossa ísquio-retal.

PALAVRAS CHAVE

TUMOR ISQUIO-RETAL
CISTO EPIDERMOIDE

Área

MISCELÂNEA

Instituições

ASSOCIAÇÃO BENEFICENTE BOM SAMARITANO - Pernambuco - Brasil

Autores

LAYANE PIMENTA BALDON, EDUARDO ENDO, VALDOMIRO GARBUGIO FILHO, BARBARA PEREIRA DE LARA, MARIA EDUARDA ORTENZI GRACIANO, EMANUELE CAROLINE DA SILVA, STEPHANI FONTINELLI LEONARDI, LAIS LOIDI GARBUGIO