Dados do Trabalho


TÍTULO

LIFT, UMA BOA OPÇAO PARA O TRATAMENTO DE FISTULAS COMPLEXAS: RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

A fístula anal é a persistência de um trato infeccioso o qual liga o canal anal a pele perianal. Sua principal etiopatogenia é devido a uma infecção criptoglandular, que normalmente aparece após a drenagem de um abscesso perianal, embora possa ter outras causas como doença de Crohn, trauma, radiação ou malignidade. As fístulas podem ser simples ou complexas. São consideradas fístulas complexas quando envolvem mais de 30% do complexo esfincteriano, fístulas anteriores em mulheres, trajetos secundários ou cavidades residuais de abscesso associadas a outras condições como doença de Crohn ou radioterapia, envolvimento da vagina ou uretra ou recorrência.

RELATO DE CASO

AES, 58 anos, masculino, sem comorbidades, testemunha de Jeová, admitido no Serviço de Proctologia com queixa de muita dor perianal, foi realizado ressonância magnética que evidenciou abscesso retrorretal. Foi submetido à cirurgia de Kraske para drenagem do abscesso e no pós-operatório evolui com manutenção de saída de secreção pela incisão e pelo dreno contra-lateral. Foi realizada uma nova RM que evidenciou uma fístula supraesfincteriana com comprometimento dos músculos elevadores do ânus e com orifício interno mediano posterior e dois orifícios externos em região sacra com comunicação entre si. Exames de laboratório sem alterações. Colonoscopia com o resultado normal. Foi optado pela realização da Ligadura Interesfincteriana do Trajeto Fistuloso (LIFT) combinada com a abertura do trajeto entre os orifícios externos. O paciente recebeu alta hospitalar no mesmo dia do procedimento cirúrgico. No segundo retorno pós-operatório no 26º dia de pós-operatório se encontra sem queixas, ainda com ferida operatória ne região sacra com ferida em processo de cicatrização e sem sinais de recidiva de fístula anal.

DISCUSSÃO

O tratamento das fístulas anais, ainda não se tem um consenso clínico sobre qual o melhor tratamento, ele é eminentemente cirúrgico e visa eliminar a fístula, evitar recidiva e preservar o complexo esfincteriano. Nenhum tratamento se mostrou adequado para todos os casos. Além disso, as taxas de recorrência após a cirurgia parecem ser altas, embora os estudos com acompanhamento adequado sejam escassos. Sendo assim, o manejo de fístulas anais complexas continuam sendo um desafio para os cirurgiões em todo o mundo. A ligadura do trato interesfincteriano da fístula foi descrita como uma das mais recentes inovações na cirurgia para o tratamento das fístulas anais complexas e a preservação do complexo esfincteriano. O LIFT tem se apresentado como uma boa opção para a resolução destas fístulas e com a preservação do complexo esfincteriano.

PALAVRAS CHAVE

LIFT; Fístula Anal; Fistula anal complexa; Cirurgia proctológica; Coloproctologia

Área

DOENÇAS ORIFICIAIS

Instituições

Universidade Federal do Rio de Janeiro - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

MILTON SANT'ANA DE FREITAS FILHO, PATRICIA NAVEGA CRUZ FERRAZ, PATRICK DARGAINS MEDRADO, DANIEL PERALBA COELHO, JÚLIA BRITO BUENO MONTEIRO, EDUARDO DE PAULA VIEIRA, JOÃO DE AGUIAR PUPO NETO