Dados do Trabalho

TÍTULO

EXENTERAÇAO PELVICA TOTAL NO TRATAMENTO DE RECIDIVA PELVICA DE ADENOCARCINOMA DE RETO: RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

A despeito da realização de tratamentos considerados padrão-ouro com intenção curativa, como associação de terapia neoadjuvante e ressecção cirúrgica, as taxas de recidiva pélvica do adenocarcinoma de reto podem atingir 35% em cinco anos. Devido ao envolvimento de outras estruturas pélvicas, cirurgias radicais como a exenteração pélvica total, podem ser o tratamento de escolha em casos selecionados objetivando uma ressecção com margens livres.

RELATO DE CASO

Paciente sexo feminino, 70 anos, diagnóstico de adenocarcinoma de reto baixo não metastático em agosto de 2016. Submetida a tratamento neoadjuvante com quimioterapia e radioterapia entre setembro e outubro de 2016. Após término da neoadjuvância foi submetida a tratamento cirúrgico em dezembro de 2016, sendo realizada amputação abdominoperineal do reto. Não foi indicada quimioterapia adjuvante. Paciente manteve acompanhamento oncológico adequando com equipes de oncologia e coloproctologia. Em 2020 apresentou elevação significativa do CEA (1,5 a 12,95), realizou PET-CT que evidenciou hipermetabolismo glicolítico em lesão amorfa na porção postero-superior do canal vaginal, compatível com acometimento neoplásico secundário. Paciente realizou também RNM de pelve que evidenciou lesão nodular em loja cirúrgica na topografia do canal anal, compatível com recidiva tumoral, com infiltração do intróito vaginal. Durante o exame físico suspeição de invasão da uretra. Em conjunto com paciente e familiares, optado por nova abordagem cirúrgica com intenção curativa. Em agosto de 2020 a paciente foi submetida a exenteração pélvica total com confecção de colostomia úmida e reconstrução com retalho de músculo reto abdominal. Anatomopatológico confirmou recidiva de adenocarcinoma, porém margens cirúrgicas comprometidas. Optou-se, então, por realização de quimioterapia.

DISCUSSÃO

A exenteração pélvica total é uma cirurgia radical, porém uma possibilidade de ressecção curativa em tumores de reto localmente avançados e recidivas pélvicas do adenocarcinoma de reto. Atualmente, diversos trabalhos mostram os benefícios das ressecções em bloco nos casos de invasão por contiguidade. Sendo assim, apesar da morbidade e mortalidade importantes, a exenteração pélvica total quando bem indicada pode trazer benefícios, como o aumento da sobrevida, que superam os riscos do procedimento.

PALAVRAS CHAVE

EXENTERAÇAO PELVICA, RECIDIVA PELVICA, ADENOCARCINOMA DE RETO

Área

CÂNCER COLORRETAL