Dados do Trabalho
TÍTILO
ABORDAGEM CIRURGICA POSTERIOR DE TUMOR PRE-SACRAL
INTRODUÇÃO
Os tumores pré sacrais constituem um grupo raro de lesões que são subdivididas em 5 categorias, de acordo com sua origem: congênita (mais comum), inflamatória, neurogênica, óssea e miscelânia. Deve-se considerar a característica cística ou solida destas lesões, sendo que as sólidas têm maior tendencia a malignidade.
Estima-se uma incidência de 1:63.000, porém por serem muitas vezes tumores assintomáticos, é difícil avaliar o real valor. As massas podem ser silenciosas por longos períodos de tempo e eventualmente serem descobertas durante um exame clinico ou de imagem
Dos tumores pré sacrais, 1/3 são malignos, e os benignos correm o risco de malignizar, sendo mandatória sua retirada por completo. Biópsias são contra indicadas, visto que podem infectar o cisto ou disseminar células neoplásica
O espaço pré-sacral é uma área anatômica de abordagem cirúrgica difícil, devendo acessada por cirurgiões pélvicos experientes.
A decisão pela abordagem cirúrgica mais adequada (abdominal, sacral ou combinada) deve envolver uma análise multidisciplinar e individua por parte do cirurgião. A abordagem abdominal ocorre quando a lesão situa-se acima da linha média da vertebra S3, e quando abaixo, a abordagem deve ser posterior (cirurgia de Kraske).
O harmatoma cístico (Tailgut cyst), é uma lesão congênita rara, multicêntrica que origina da parte remanescente do intestino primitivo, de caráter benigno, mas que pode malignizar. A literatura geralmente descreve como um tumor em mulheres 3:1, de meia idade. É difícil avaliar a real incidência, por esta ser uma lesão geralmente assintomática. Os sintomas são relacionados com o aumento da massa (constipação, dor pélvica, disuria, poliúria sendo diagnosticado acidentalmente em exames de toque retal e em exames de imagem). A RNM determina extensão anatômica, consistência cística ou solida, além de auxilia na estratégia cirúrgica.
RELATO DE CASO
No caso apresentado em vídeo, CSM, 22 anos, em consulta médica para implante de DIU, realizou USG endovaginal em que foi visualizada tumoração pré-sacral. Foi solicitada RNM para confirmação do diagnóstico de lesão cística, abaixo de S3, sendo indicada cirurgia por acesso posterior para excisão da mesma.
DISCUSSÃO
O caso em vídeo ilustra a abordagem de uma lesão rara numa paciente jovem, assintomática, com diagnóstico acidental em função de exame de USG endovaginal. A cirurgia apresentada é realizada no tumor pré sacral abaixo de S3 com abordagem posterior para-media. A abordagem mostrada desde o posicionamento da paciente ( jack knife), seguido pelos planos de dissecção cirúrgica e a retirada da lesão integra sem comprometimento de estruturas nervosas e mínimo sangramento. Neste caso, não foi deixado dreno de cavidade, sendo necessária reabordagem operatória no 2º DPO para retirada de coágulos e colocação de dreno de portovac. A sequência diagnóstica e terapêutica é condizente com a literatura e culmina com a resolução favorável do caso.
PALAVRAS CHAVE
tailgut cyst, tumor pré sacral, kraske, hamartoma cístico, abordagem posterior,
Área
CONSTIPAÇÃO E DOENÇAS DO ASSOALHO PÉLVICO
Instituições
Hospital Felicio Rocho - Minas Gerais - Brasil
Autores
FREDERICO AUGUSTO MOREIRA COSTA, FABIO LOPES DE QUEIROZ, HELIDA ALINE TOMACHESKI AMARAL , MARCOS FIGUEIREDO COSTA, PEDRO HENRIQUE TEODORO DA SILVA, DANIEL MAURICIO LONDONO ESTRADA, MARCO ANTONIO MIRANDA DOS SANTOS, CRISTIANE KOIZIMI MARTOS FERNANDES