Dados do Trabalho


TÍTULO

AVALIAÇAO DA RECIDIVA APOS SUSPENSAO DO IMUNOBIOLOGICO EM PACIENTES COM DOENÇA DE CROHN

OBJETIVO

Avaliar a taxa de recorrência clínica e endoscópica da doença de Crohn após 2 anos da suspensão do anti -TNF.

MÉTODO

Trata-se de uma série de 9 casos de portadores de DC, que utilizavam imunobiológico de longa data. Amostra não randomizada, acompanhada por 1 ano, prospectivamente. Inclui-se: em remissão clínica e endoscópica há mais de 3 anos. Exclui-se: início da doença antes dos 25 anos, difícil manejo clínico prévio, corticodependência prévia. As consultas e exames laboratoriais foram trimestrais. Calprotectina fecal (CP) e colonoscopia foram semestrais. A tomografia de abdome (TC) foi anual. Todos os pacientes eram mantidos com azatioprina após a suspensão. A análise estatística foi realizada utilizando o Excel para cálculo de frequência relativa e absoluta, além de desvio padrão.

RESULTADOS

Nove pacientes foram estudados, 8 do sexo feminino, com média de idade de 43,8 anos, não fumantes. A média do tempo de utilização do imunobiológico para a suspensão foi de 6,77 anos, com 66,66% deles, há mais de 5 anos de uso. Pela escala de Montreal, 55,55% eram A3, 44,44% A2. Quanto ao local de acometimento: 66,6% L2, 22,2% L3 e 22,2% L1, e o fenótipo 33,3% B1, 33,3% B3p, 22,2% B2 e 11,1% B2p. Quanto ao biológico utilizado, 7 faziam primariamente uso de Infliximab e 2 de Adalimumab, 77,7% em terapia combinada. Sobre cirurgias prévias (55,5%), tivemos 2 Miles, 2 colectomias totais e 1 colectomia direita. Na colonoscopia inicial de diagnóstico foram 55,5% pancolite, 33,3% proctocolite, 11,1% ileíte. A média do CDAI inicial foi de 25. Após 6 meses de seguimento, PCR estava menor que 10 mg/L em 88,8% deles. Somente 3 pacientes dosaram a CP, baixa. (10, 15 e 30 mcg/g). Já o VHS teve média 15,77 mm/h, com intervalo entre 7 e 38 mm/h. A hemoglobina ficou acima de 10g/dL. Em 66,6% dos estudados, a colonoscopia de 6 meses estava normal - mayo 0. Dos exames alterados, havia 1 ileíte (i1) e 2, colite segmentar (mayo 1).No seguimento de 1 ano, 3 pacientes realizaram TC, normal. A colonoscopia de 1 ano de 3 pacientes, houve recidiva endoscópica em 2: 1 proctocolite mayo 2, as outras 2 sem alterações. O CDAI médio após o primeiro ano foi de 38,11, com intervalo entre 10 e 74. O VHS médio foi de 17,11 mm/h. Apenas 2 pacientes realizaram CP, com valores de 57 e 67 mcg/g. Os piores desfechos ocorreu em 2 (20%) pacientes, ambos Montreal A3L3B2, com recidiva clínica e endoscópica. O primeiro sinal clínico das duas pacientes foi artralgia intensa em grandes articulações, seguidos de dor abdominal em uma e diarréia com sangue, na segunda. Reintroduzido o mesmo imunobiológico prévio, com excelente resposta clínica.

CONCLUSÕES

Após cerca de duas décadas de manuseio de imunobiológicos, algumas questões são respondidas, outras ainda não por completo. Instaura-se novo cenário no manejo das DII. A análise individualizada do curso da doença demonstra ser o melhor caminho para o adequado monitoramento clínico durante seu uso, otimização do esquema terapêutico e a possibilidade de interrupção.

PALAVRAS CHAVE

CROHN, IMUNOBIOLÓGICO, TOP-DOWN

Área

DOENÇAS INFLAMATÓRIAS DO INTESTINO

Instituições

Universidade Federal de Sergipe - Sergipe - Brasil

Autores

ANA CAROLINA RIBEIRO LISBOA, VICTOR MAYER DUARTE SANTOS, LUIZ JUNIOR FEITOSA