Dados do Trabalho


TÍTULO

TENDENCIA SECULAR DE MORTALIDADE POR CANCER COLORRETAL NO ESTADO DE SERGIPE ENTRE OS ANOS DE 1980 E 2019

OBJETIVO

O câncer colorretal (CCR) é o segundo tipo de câncer mais frequente no mundo, em ambos os sexos. Suas tendências de incidência e mortalidade variam mundialmente segundo o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), com maior mortalidade nas regiões menos desenvolvidas. Sendo assim, o objetivo do presente trabalho foi descrever a tendência secular da mortalidade por CCR no estado de Sergipe (médio IDH) entre os anos de 1980 e 2019.

MÉTODO

Este é um estudo exploratório de agregados de séries temporais com características parcialmente ecológicas. Para a análise das taxas e tendências da mortalidade, foram utilizados os dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM). Para a análise descritiva, foram calculados para cada sexo as taxas brutas e padronizadas de mortalidade, com seus respectivos intervalos de confiança, e distribuição topográfica da doença no cólon, reto e ânus. As tendências foram calculadas utilizando o Joinpoint Regression Program, versão 4.8.0.1, sendo categorizados os grupos de 45 a 64 anos, maiores que 65 anos e todas as idades.

RESULTADOS

Foram registrados um total de 1818 óbitos por CCR no período, dos quais 58,75% corresponderam ao gênero feminino e 41,25% ao masculino. No que diz respeito às faixas etárias, 9,77% possuíam menos de 45 anos, 37,77% tinham entre 45 e 64 anos e 51,96% eram superiores a 65 anos. A taxa média de mortalidade no período foi de 2,8 e 2,5 por 100 000 habitantes para as mulheres e homens, respectivamente. O maior valor registrado para os homens foi de 5,0 (IC 95% 3,6;6,4) em 2015, e para as mulheres, 6,9 (IC 95% 5,5;8,3) em 2018. Os casos de CCR em cólon foram predominantes aos em reto, correspondendo a 64,30% de todos os registros. É possível notar ainda que, dentre os registros de óbitos por CCR em cólon, a imensa maioria foi registrado como “Cólon não especificado”, totalizando 45,71% de todos os óbitos contabilizados. Para o sexo masculino, foi verificado um crescimento constante em todos os grupos, com um joinpoint no grupo de 20 a 44 anos, no ano de 1992, quando a variação percentual anual (APC) passa de 25,0 (IC 95% 2,6:52,3) para 0,5 (IC 95% -1,9;2,9), determinando a maior variação percentual anual média, igual a 7,5 (IC 95% 1,1;14,2). A maior APC foi 5,1 (IC 95% 3,3;6,9), no grupo com mais de 65 anos. No grupo que contém todas as idades, a APC foi 3,9 (IC 95% 3,0;4,7). Em paralelo, no sexo feminino, as tendências foram crescentes em todos os grupos, sem joinpoints. A APC foi semelhante em todos os grupos, correspondendo a 4,4 nas faixas de 45 a 64 anos (IC 95% 3,1;5,6) e maiores de 65 anos (IC 95% 3,3;5,5), e a 4,5 no grupo com todas as idades (IC 95% 3,7;5,2).

CONCLUSÕES

Diante do exposto, conclui-se que a mortalidade por CCR no estado de Sergipe tem aumentado em todas as faixas etárias e em ambos os sexos, o que reflete a necessidade de melhorias no escopo da saúde pública e interroga a necessidade de implementação de um sistema de rastreamento desta patologia que tanto contribui com a mortalidade entre os cânceres.

PALAVRAS CHAVE

Neoplasias colorretais, estudos populacionais em saúde pública, mortalidade.

Área

CÂNCER COLORRETAL

Instituições

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE - Sergipe - Brasil

Autores

ALEX RODRIGUES MOURA, MYLENA SANTOS DANTAS, ANA CAROLINA RIBEIRO LISBOA, LUIZ JÚNIOR FEITOSA, RODRIGO MOURA MASCARENHAS, RODRIGO ROCHA SANTIAGO, AMANDA BARRETO B SOUSA DANTAS, CARLOS ANSELMO LIMA