Dados do Trabalho


TÍTULO

RETALHO ROMBOIDE - UMA OPÇAO PARA AS AMPUTAÇOES ABDOMINOPERINEAIS.

INTRODUÇÃO

As amputações abdominoperineais (APR) são cirurgias que muitas das vezes resultam em extensas ressecções, necessitando de reconstruções. Várias opções descritas na literatura, dentre elas o retalho romboide.

RELATO DE CASO

Paciente sexo feminino 51 anos encaminhada ao serviço com extensa lesão anal acometendo, de forma assimétrica, grande parte da nádega esquerda associada a dor e trajetos fistulosos. Devido a questões sociais envolvidas, o tratamento e acompanhamento - regularidade em consultas - foram prejudicas. RNM evidenciando lesão parietal circunferencial localizada no reto baixo infiltrando muscular própria com extensão para o canal anal. Sem plano de clivagem com músculo esfíncter interno e sem plano de clivagem com músculo esfíncter externo de 3 a 6 horas com formação de fístula para o plano anal esquerdo e invasão dos planos adiposos desta região. Tomografia de abdome superior e tórax sem metástase a distância. Paciente submetida a colostomia e encaminhada ao serviço de oncologia onde foi realizado quimioterapia e radioterapia neoadjuvantes. Após término e intervalo da neoadjuvância foi submetida a APR vídeo assistida com o tempo perineal em decúbito ventral – ressecção do retosigmoide, assoalho pélvico e grande parte da nádega esquerda, onde havia invasão tumoral – e realizado reconstrução com retalho romboide. Anatomopatológico da peça com adenocarcinoma retal e alterações secundarias a radioterapia, linfonodos livres de neoplasia. Paciente evolui com necrose bordas e abertura parcial de pontos do retalho. Encaminhada ao bloco novamente no 18º dia de pós operatório para desbridamento do retalho, refeitos pontos e curativo. Evolui bem no pós operatório com cuidados especializado da ferida, e recebeu alta no 30º dia de pós operatório da amputação. Segue em acompanhamento ambulatorial do serviço há 2 anos.

DISCUSSÃO

Os cânceres colorretais que acometem o canal anal representam 4% do neoplasias malignas do trato digestivo inferior, porém sua incidência está em ascensão. O adenocarcinoma retal é responsável por apenas 3% das neoplasias malignas anais. Ressecções R0 são preditoras de bom prognóstico e sobrevida em 5 anos. As APR criam um espaço morto com as estruturas ósseas fixas da pelve, adicionados a neoadjuvância – tecidos menos vascularizados, reação de fibrose - tornam o fechamento do defeito perineal de difícil execução e associado a complicações. Variadas técnicas descritas na literatura – fechamento primário, omentoplastia, uso de terapia a vácuo, uso de material biológico e reconstrução com retalhos – nenhuma se mostrou superior. Não existe, portanto, um consenso em qual tipo de técnica usar, entretanto a literatura vem mostrando que o nos casos que a radioterapia neoadjuvante é necessária os retalhos com músculos são as melhores indicações.

PALAVRAS CHAVE

câncer colorretal, amputação abdominoperineal, reconstrução do defeito perineal

Área

CÂNCER COLORRETAL

Instituições

Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte - Minas Gerais - Brasil

Autores

JULIA DE OLIVEIRA FONSECA, MATHEUS MATTA MACHADO MAFRA DUQUE ESTRADA MEYER, SUYANNE THYERINE DA SILVA LOPES, VIVIAN SCARLLETH LOPES OLIVEIRA, JORDÂNIA ALKIMIM JORDÃO, LUCAS BANTERLI VINHAS, JONE PEREIRA DA SILVA, ILSON GERALDO DA SILVA