Dados do Trabalho

TÍTULO

HIDRADENOMA PAPILIFERO PERIANAL: AFECÇAO RARA

OBJETIVO

O hidradenoma papilífero é um tumor cístico benigno originado nas glândulas sudoríparas apócrinas da região anogenital, sendo comum em topografia vulvar e raro na região perianal. Pequenos lábios, sulco interlabial, clitóris, fúrcula posterior, púbis e períneo são topografias também raras. A ocorrência vulvar é quatro vezes mais freqüente que a perianal. Esse tumor incide exclusivamente em mulheres pós puberdade. A literatura é controversa quanto à evolução para câncer, mas a possibilidade de malignização é remota. O espectro de diagnósticos diferenciais das afecções orificiais é amplo, compreendendo mais comumente lesões benignas como a doença hemorroidária, abscesso anorretal, lesão verrucosa viral, cisto sebáceo, lipoma, neurofibroma, porém a biópsia excisional é fundamental e define diagnóstico. No hidradenoma papilífero, a excisão local com margem é suficiente para diagnóstico, tratamento e cura. Objetiva-se, assim, estimar a incidência de tal afecção na população operada por doenças anais nos últimos dez anos.

MÉTODO

Através dos relatórios anuais de estatística do serviço, identificou-se o número de cirurgias orificiais nos últimos dez anos (2011 até 2020). Destes, dois casos raros de hidradenoma papilífero foram identificados por estudo histológico. Os casos foram caracterizados e documentados clinicamente.

RESULTADOS

Nos últimos dez anos, 1718 cirurgias orificiais foram realizadas. O hidradenoma papilífero é sempre cirúrgico e foram identificados em apenas dois pacientes nessa amostra. Caracterizou-se, assim, uma incidência de hidradenoma papilífero de 0,12% nas doenças orificiais cirúrgicas no nosso meio. Ambas as pacientes eram mulheres, adulto jovens (31 e 36 anos), com nodulação perianal de crescimento lento, sem outros sintomas. Ambas as lesões eram bastante semelhantes: nódulo cístico de limite preciso, topografia de margem anal, 10mm de diâmetro, com algumas telangectasias. Ambas foram submetidas a excisão local, com sucesso e sem recidiva. O estudo histológico confirmou formação nodular em derme, sem relação com a epiderme, com estruturas ductais revestidas por epitélio de padrão apócrino, estroma fibroso com capilares congestos.

CONCLUSÕES

O hidradenoma papilífero perianal é raro, caracterizando 0,12% das doenças orificiais cirúrgicas num serviço de referência.

PALAVRAS CHAVE

Hidradenoma, Neoplasia das glândulas perianais